30
Nov 11
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Nov 11

Banca: «Não haverá crise de crédito»

O presidente da Caixa Geral de Depósitos declarou-se esta quarta-feira confiante que Portugal não entrará num clima de crise de crédito, referindo que a própria entidade pública aumentou este ano o número de créditos que formalizou.

«Estou perfeitamente confiante que não haverá crise de crédito», disse Fernando Faria de Oliveira, em entrevista à agência Lusa, em Madrid.

O responsável da CGD garantiu ainda que o banco público enfrenta uma fase exemplar - «O caso da CGD é paradigmático. Nos primeiros 10 meses deste ano aumentámos o crédito em relação a 2010. Um aumento de mais de dois por cento».

Faria de Oliveira negou a atribuição dos problemas das empresas às dificuldades de créditos, garantindo que o mal advém, quer de questões de «exiguidade de capital», quer do momento actual, pautado por «muitos atrasos nos pagamentos». 

Sobre a situação da banca portuguesa, o banqueiro anunciou que o sector vive um momento «muito forte» de desalavancagem e que os bancos nacionais têm feito «o seu trabalho de casa com muito rigor».

Apesar do clima de «agonia» global que «consequentemente» abala os bancos, Faria de Oliveira revelou que, apesar das dificuldades, a prestação das instituições financeiras tem sido «muito positiva».

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

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29
Nov 11

Rentabilidade dos bancos nunca foi tão baixa

A rentabilidade dos bancos portugueses está em mínimos históricos, revela o Relatório de Estabilidade Financeira divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP), muito por causa dos impactos do contexto económico e financeiro. Recorde-se que, no terceiro trimestre deste ano, os principais bancos portugueses registaram já prejuízos, com excepção para o BPI.

«No decurso de 2011, a rendibilidade foi particularmente afectada pela diminuição dos resultados em operações financeiras (reflectindo perdas registadas em operações de venda de activos e desvalorizações de títulos) e pelo aumento das provisões e imparidades associadas ao crédito, num contexto de forte materialização do risco de crédito [possibilidade de particulares ou empresas não pagarem o capital em o empréstimo concedido]».

Uma situação que não antecipa grandes melhorias no curto ou médio prazo, já que a deterioração das condições internas não deverá registar grande evolução positiva. Para o BdP, os bancos podem por isso refugiar-se na actividade internacional, que poderá minimizar estes resultados, ao «exercer um efeito em sentido oposto».

«No médio prazo, as perspectivas favoráveis para a actividade económica de países onde os grupos bancários portugueses detêm posições importantes (Angola, Brasil, Moçambique) deverão continuar a suportar o crescimento da actividade internacional e, consequentemente, o aumento do seu peso nos resultados do sistema bancário português», pode ler-se no relatório.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/fi

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29
Nov 11

Bancos: crédito à habitação e empresas públicas é para cortar

Os bancos nacionais avisaram já o Banco de Portugal que pretendem apertar ainda mais a concessão de crédito à habitação e deram sinais de que vão também começar a reduzir o fluxo de financiamento das empresas púbicas, que até agora estava em crescimento.

No Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado esta terça-feira, o regulador revela que os planos de desalavancagem apresentados pelos oito maiores grupos bancários revelam tendências comuns nas medidas que estes pretendem tomar para melhorarem a sua situação. Uma das tendências é a redução do financiamento por via de títulos de dívida colocados pelos bancos junto da respectiva base de clientes, outra a diminuição dos activos sob gestão, onde se incluem os fundos de investimento e os produtos de seguros e ainda uma redução na carteira de crédito. 

Para reduzir a sua carteira, os bancos podem vender crédito e alguns recorreram já a esta possibilidade no decurso do primeiro semestre de 2011. Uma solução vista com bons olhos pelo banco central, porque «não implica restrições ao financiamento da economia portuguesa». No futuro, o BdP espera ainda mais operações deste género, especialmente com crédito a não residentes, podendo também ocorrer uma «redução de actividade em alguns mercados».

Outra possibilidade passa por conceder menos crédito. «Em articulação com a amortização programada dos créditos já existentes, tal implica uma redução mais gradual da carteira de crédito dos bancos. Neste contexto, e de acordo com os planos apresentados pelos bancos, tal tenderá a ser particularmente relevante no caso dos créditos a particulares para aquisição de habitação».

Ou seja, à medida que os portugueses forem amortizando os empréstimos à habitação já contratados, os bancos vão concedendo menos crédito novo para comprar casa. 

Crédito às empresas públicas também é para cortar

Mas não é só, no relatório, o BdP escreve ainda que será também significativa «a diminuição da exposição às administrações públicas e às empresas públicas não integradas no perímetro de consolidação das administrações públicas». 

Ao emprestar menos dinheiro ao sector público, a banca fica com maior capacidade de financiamento ao sector privado. «Uma redução das necessidades de financiamento das instituições públicas e/ou uma alteração nos instrumentos utilizados pelas mesmas para obtenção de financiamento junto dos bancos podem contribuir para a libertação de recursos passíveis de ser canalizados para o sector privado sob a forma de crédito», explica.

No que toca ao crédito às empresas privadas, haverá também uma redução, mas mais ligeira. A redução projectada para o período de Junho de 2011 a Dezembro de 2014 é da ordem de 2.100 milhões de euros, embora somente cerca de 1.500 milhões de euros correspondam a redução de financiamento ao sector, com o montante de crédito remanescente a ser objecto de venda. 

A redução da carteira de crédito a particulares para consumo e outros fins assumirá também uma importância reduzida, o que está associado ao seu baixo peso no stock de crédito.

Menos crédito, mas mais depósitos

Nos planos de desalavancagem (redução do hiato entre depósitos e crédito) os bancos prevêem assim um menor volume de crédito, mas também um acréscimo de depósitos, que se têm revelado particularmente robustos no contexto europeu, especialmente numa altura de crise, em que o rendimento disponível está a diminuir e em que existe uma desconfiança internacional generalizada face ao sistema financeiro.

Com o ajustamento que os bancos vão fazer nos seus balanços, o endividamento dos particulares vai voltar a níveis de 2004 (ou seja, vai recuar sete anos) e o das empresas a níveis de 2007 (recua quatro anos). 

«Estes níveis são ainda elevados» e o processo de ajustamento dos particulares e das empresas deverá persistir para além do horizonte do Programa de Assistência Económica e Financeira, conclui.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/f

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24
Nov 11
24
Nov 11

Sindicatos dos bancários exigem que Estado pague 14 pensões

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas admite não assinar o acordo tripartido para a transferência dos fundos de pensões da banca se o Estado não garantir aos pensionistas o equivalente a 14 prestações anuais.

Os bancos e o Governo estão em vias de chegar a acordo para acertar os pormenores da transferência dos fundos de pensões dos bancários dos principais bancos privados já reformados para o regime geral da Segurança Social, uma transferência que deverá envolver apenas dívida pública e dinheiro.

Neste processo, os sindicatos querem assegurar que fiquem garantidos os direitos acordados em contratação colectiva, nomeadamente o pagamento das 14 pensões anuais ou o montante correspondente, independentemente de a proposta do Orçamento do Estado para 2012 suspender o pagamento dos subsídios de férias e Natal aos
funcionários da Administração Pública e pensionistas com vencimentos acima de mil euros.

"Os fundos pensões estão provisionados [pelos bancos para pagarem 14 prestações anuais]. Que sentido faz o Estado pagar só 12 meses, o que vão fazer ao dinheiro sobrante", questionou à agência Lusa Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI).

Para o sindicato - o mais representativo dos bancários - esta questão é essencial para pôr a sua assinatura no acordo tripartido.

"Só poderá haver acordo tripartido sem perda de direitos para os pensionistas e que fiquem assegurados enquanto houver pessoas nestas circunstâncias, ou seja, não aceitamos uma solução para dois anos", assegurou Rui Riso.

Se assim não for, o sindicato admite rejeitar o acordo: "Obviamente que não [assinamos]", acrescentou.

Ainda assim, a estrutura sindical diz que está disposta a aceitar que esses dois meses dos subsídios sejam incorporados nas 12 prestações, desde que "se mantenha o rendimento global", ainda que considere que essa solução seria penalizadora para os fundos de pensões.

"Se os pensionistas começam a receber logo em Janeiro os subsídios o dinheiro não pode ficar nos fundos a gerar mais riqueza", considerou Rui Riso.

Independentemente de qualquer solução, o que o sindicato quer garantir é o pagamento de um rendimento anual correspondente às 14 pensões acordadas com os bancos,
explicou.

Se os sindicatos não assinarem o acordo, os fundos de pensões poderão na mesma ser transferidos para o Estado, mas o SBSI garante que vai "opor-se por todos os instrumentos disponíveis a qualquer alteração" do estabelecido em contratação colectiva.

Os sindicatos dos bancários e o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, poderão reunir-se ainda esta semana, depois de nas reuniões anteriores o Governo ter entregado um documento ao sindicato em que referia a manutenção dos direitos da contratação colectiva.

Os sindicatos também não cedem em que fique inscrito no acordo que é a banca a responsabilizar-se por provisionar os fundos em caso de desvalorização dos activos para que os contribuintes não sejam "prejudicados".

Em Agosto, o Governo anunciou o recurso à transferência dos fundos de pensões dos bancos para o Estado para compensar o buraco orçamental e garantir o cumprimento do défice de 5,9 por cento do Produto Interno Bruto, numa operação semelhante à que aconteceu em 2010 com o fundo de pensões da Portugal Telecom.

O valor transferido é contabilizado como receita no ano em que é recebido, abatendo ao défice, mas fica a cargo do Estado as responsabilidades futuras com estas pensões.

fonte:http://economico.sapo.pt/

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23
Nov 11

BES não descarta corte de salários

O Banco Espírito Santo não afasta a hipótese de vir a cortar nos salários dos trabalhadores. O presidente do BES, Ricardo Salgado, assume que, para já, não está previsto, mas não descarta a possibilidade para fazer face à crise. 

O cenário económico aumenta a incerteza nas empresas. Depois da aprovação na generalidade da recapitalização da banca, Salgado diz esperar não ter de recorrer aos 12 mil milhões de euros disponibilizados pelo Estado, no âmbito do programa de assistência financeira acordado com a troika.

Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia querem saber quais os bancos que precisam da ajuda do Estado e qual a dimensão desse apoio financeiro.

Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas não está nada contente com a hipótese de o Banco Espírito Santo ter de reduzir os salários dos trabalhadores. 

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/f

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23
Nov 11

BPI admite corte de remunerações variáveis até 15%

O presidente do BPI recusou esta quarta-feira proceder a reduções de salários dos trabalhadores do banco, mas referiu que a parte variável das remunerações deverá sofrer um corte de 10 a 15 por cento.

«Não equacionamos fazer isso», disse Fernando Ulrich questionado sobre a necessidade de fazer eventuais cortes nos salários dos funcionários do banco no próximo ano.

Fernando Ulrich afirmou ainda que já desde 2008 que o BPI tem vindo a reduzir as remunerações variáveis dos trabalhadores, uma vez que os resultados do banco desde então têm sido castigados.

«É natural que este ano voltem a cair», afirmou, referindo-se às remunerações variáveis pagas em 2012 referentes a 2011.

«Em média, podem cair 10 a 15 por cento», acrescentou.

Também o presidente do BES, Ricardo Salgado, não excluiu que o banco possa vir a ter que proceder a um corte dos salários dos funcionários em 2012, tendo em conta a recessão prevista para a economia portuguesa.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/f

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21
Nov 11
21
Nov 11

Fundo de pensões da banca: Governo promete divulgar detalhes

Os pormenores da operação de transferência do fundo de pensões da banca para a Segurança Social serão tornados públicos, prometeu esta segunda-feira o ministro das Finanças, na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, onde foi discutido o Orçamento do Estado para o ano que vem.

Vítor Gaspar disse que os detalhes serão divulgados, «como não poderia deixar de ser», mas recusou para já falar muito do assunto, uma vez que as negociações com os sindicatos e com os bancos ainda não terminaram.

«As conversações progridem com bancos e sindicatos, precisamos de um acordo tripartido para continuar a operação, por isso, falar de valores e condições específicas seria prematuro», disse o ministro, em resposta aos desafios dos deputados comunistas para saber quanto do fundo seria transferido.

Os deputados quiseram ainda garantias de que a operação não prejudicará os cidadãos e, na resposta, o ministro assegurou que as condições da operação serão «actuarialmente equilibradas», ou seja, a transferência «não vai onerar as finanças públicas no médio e longo prazo».

A oposição sugeriu que os bancos pudessem estar a aproveitar-se dessa vantagem negocial para pressionar o Governo na discussão do diploma que fixa as regras de acesso ao fundo de capitalização, mas o ministro tranquilizou também os deputados nessa frente: «Não há qualquer relação entre esta operação e o diploma relativo à recapitalização da banca», concluiu.

fonte:www.agenciafinanceira.iol.pt

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16
Nov 11
16
Nov 11

Metas para a banca portuguesa mantêm-se

O responsável do Banco Central Europeu, Rasmus Ruffer, disse esta quarta-feira que as metas para a banca de «core tier 1» em 9 por cento, para este ano, e 10 por cento em 2012 mantêm-se.

Em conferência de imprensa de divulgação da segunda análise aos programa de assistência financeira a Portugal, Rasmus Ruffer sublinhou ainda que o «sistema bancário não está no âmago dos problemas» da sociedade portuguesa. 

Ruffer assume, contudo, que as instituições bancárias têm um «fardo pesado» e que há «problemas de contágio» que advém de «factores externos», cujo «impacto já é visível no declínio da rentabilidade dos bancos».

O representante do BCE admitiu ainda que há «dificuldades [na banca] em encontrar financiamento nos mercados», é «fundamental» que os bancos continuem a «dar crédito à economia, inclusive às Pequenas e Médias Empresas».

fonte:http://www.abola.pt/m

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14
Nov 11
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Nov 11

Banca nacional continua a convencer depositantes

Apesar dos investidores estarem a castigar as acções dos bancos nacionais, a captação de depósitos continua a crescer.

Os investidores e os depositantes estão a encarar os bancos portugueses de forma diferente. Enquanto os preços dos activos dos bancos indicia baixas expectativas por parte dos mercados, as instituições financeiras nacionais conseguem continuar a atrair depósitos. Os bancos nacionais já perderam 65% de capitalização bolsista este ano. Apesar disto, um dos factores positivos da banca nacional é que consegue atrair depósitos, contrariamente aos bancos gregos, irlandeses e italianos.

As percepções diferentes por parte dos depositantes e dos investidores pode explicar-se pela diferença de objectivos. O administrador da Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia, refere que "os objectivos são diferentes, os investidores procuram criação de valor, enquanto os depositantes preocupam-se com a solvabilidade do banco". Na perspectiva do economista, a iminente entrada do Estado no capital dos bancos retira aos investidores perspectivas de colherem os frutos da criação de valor por parte dos bancos. É este factor que tem pressionado as acções e não a desconfiança de que algum banco nacional possa falir. Já para os depositantes, basta confiar que os bancos são solventes", explica Filipe Garcia.

Mas o crescimento dos depósitos - que segundo dados do BCE subiram 6,30% entre Setembro de 2010 e Setembro de 2011 - tem um preço. "A confiança dos depositantes não é gratuita e vem com um custo elevado", explica o administrador da Dif Broker. Pedro Lino constata que "o aumento dos depósitos tem sido conseguido à custa da diminuição da rentabilidade dos bancos e ao pagamento de elevados juros, que originou uma acção por parte do Banco de Portugal: penalizar nos rácios de capital as instituições que oferecem maiores juros, pois podem ser conotadas como as que também oferecem maior risco".

Além de oferecerem remunerações mais atractivas, os bancos nacionais estão também a beneficiar da transferência de capital por parte dos aforradores de produtos como fundos de investimento e Certificados de Aforro.

Apesar da confiança dos depositantes nos bancos nacionais, algo que o governador do Banco de Portugal referiu recentemente que "é o melhor activo que se pode ter", os indicadores de risco de dívida e de avaliação de acções reflectem a nota negativa que os investidores dão aos bancos nacionais.

Os ‘Credit-Default Swaps' (CDS) dos bancos portugueses são dos mais caros da banca europeia. Os CDS são uma espécie de seguro que dá aos seus detentores o direito de receber o valor aplicado em dívida no caso de um evento de crédito.

À excepção da Caixa Geral de Depósitos, os CDS dos quatro maiores bancos nacionais negoceiam acima dos 1000 pontos. Quer isto dizer que os investidores pagam mais de um milhão de euros anuais para segurar uma posição de dez milhões de euros.

"Os CDS reflectem a forma como o risco dos bancos é percepcionado. Este risco envolve o tipo de accionistas, carteiras de crédito, activos detidos pelo bancos e o que o mercado de CDS nos está a dizer é quais são os bancos com maior risco, tendo em conta uma necessidade de recapitalização nos momentos de maior adversidade", explica Pedro Lino. Apesar de serem um instrumento de cobertura de risco, os CDS podem também ser utilizados para lucrar com a pior percepção sobre a dívida de determinada entidade.

Já segundo o rácio preço-lucros (PER), um dos mais populares indicadores de avaliação utilizados pelos investidores, os bancos portugueses são os mais baratos dos periféricos, à excepção do italiano Monte dei Paschi. Isto indicia que os investidores estão a subavaliar as acções dos bancos nacionais, que transaccionam com um PER actual entre 2,7 vezes (caso do BPI) e seis vezes (no caso do BES).

Além disso, também o rácio que compara a cotação com o valor contabilístico dos bancos está a valores historicamente baixos. E acções a negociar a menos de 20% do valor contabilísticos não é um exclusivo dos bancos dos países intervencionados. "O valor contabilístico deve descer substancialmente nos próximos trimestres", adianta Pedro Lino. Refere que os investidores estão a descontar efeitos como os défices nos fundos de pensões, o aumento do incumprimento e risco dos clientes e imparidades com activos financeiros. "Com a incerteza gerada quanto às dividas soberanas, creio que o desconto que o mercado está a dar é excessivo", avalia. E a perspectiva de que os mercados estão a castigar em demasia as acções dos bancos dos países periféricos está a ganhar adeptos entre os maiores bancos de investimento do mundo. Segundo o Jornal de Negócios, os analistas do UBS defenderam que caso a situação nos mercados se estabilize serão os bancos que mais estão a ser agora subavaliados pelo mercado os que mais poderão disparar.

Recorde-se que a banca portuguesa tem sido penalizada sobretudo pela crise da dívida soberana que afecta Portugal e pela descida do ‘rating' República.


Os bancos periféricos à lupa

Os mais castigados em bolsa
A crise de dívida soberana atirou as acções dos bancos para quedas históricas. Entre os bancos que estão nos índices de referência das bolsas periféricas, o grego Piraeus Bank é o que mais perde. As acções derrocam 87% desde o início do ano. Segue-se o BCP, que leva uma desvalorização de 81%. Ainda na casa das desvalorizações de 80% está outra entidade grega, o Eurobank. Os irlandeses Bank of Ireland e Allied Irish Banks cedem 77% e 73%, respectivamente. O único banco a escapar às perdas de dois dígitos é o espanhol Bankinter. As acções desta instituição financeira avançam mesmo 2,26% desde o início do ano. O banco conta aumentar este ano em 20% os lucros, apesar da crise financeira europeia e está a levar a cabo uma reestruturação de custos. Regressando aos bancos portugueses, o BPI perde 67% e as acções do BES desvalorizam 55% em 2011.

Bancos com os CDS mais elevados
Uma das formas de aferir o risco da dívida dos bancos é através da cotação dos ‘Credit-Default Swaps', que funcionam como um seguro caso exista um eventual incumprimento. Quanto mais alta a cotação, maior o risco percebido pelos investidores. Os bancos helénicos têm os CDS mais caros, com o Alpha Bank a cotar em 2.200 pontos. Quer isto dizer que os investidores pagam 2,2 milhões de euros para protegerem uma posição de dez milhões de euros em dívida daquele banco. Já em relação aos bancos portugueses os CDS do BCP estão a cotar nos 1.679 pontos, enquanto o BES e o BPI negoceiam em 1.074 e 1.063 pontos, respectivamente. Entre os bancos portugueses, a dívida da Caixa Geral de Depósitos é a mais barata de segurar, com os CDS a cotarem em 957 pontos. O banco com a dívida menos arriscada da Europa, segundo a cotação dos CDS, 
é o holandês Rabobank.

Os mais baratos
As quedas nas bolsas deixaram as acções dos bancos periféricos com rácios de avaliação deprimidos. Tendo em conta o rácio preço-lucros (PER), que compara a cotação actual com os resultados por acção, o banco mais barato é o italiano Monte dei Paschi. As acções negoceiam duas vezes acima dos lucros por acção. Os bancos nacionais também aparecem entre os mais baratos, segundo este rácio. O BPI tem um PER de 2,3 vezes, o BCP de 3,35 vezes e o BES de seis vezes, segundo dados da Bloomberg. Entre os bancos analisados, o italiano Banca Emilio Romagna é o que transacciona com um PER mais elevado: 21 vezes. Já outro indicador de avaliação, que compara o preço das acções em relação ao valor contabilístico mostra que todos os bancos dos países periféricos negoceiam abaixo do valor dado aos seus activos nos balanços, o que indicia os receios de que tenham de reavaliar os activos devido à crise de dívida soberana.

Os mais valiosos
A queda das acções levou os bancos a perderem milhares de milhões em capitalização bolsista. Entre os bancos cotados no PSI 20, apenas o BES resiste com uma capitalização bolsista acima de mil milhões de euros, valendo 1,5 mil milhões de euros. Segue-se o BCP, com um valor de mercado acima de 720 milhões de euros e o BPI (mais de 390 milhões de euros). No seu conjunto, a capitalização bolsista dos bancos nacionais, incluindo o Banif, situa-se em 5,1 mil milhões de euros. O valor é nove vezes inferior ao maior banco dos países periféricos em capitalização bolsista, o espanhol Santander que tem um ‘market cap' de 48 mil milhões de euros. Ainda assim, o banco espanhol já perdeu 18 mil milhões de euros de capitalização bolsista desde o início do ano. Na Grécia, o banco com maior valor de mercado é o National Bank of Greece vale 1,9 mil milhões de euros.

fonte:http://economico.sapo.pt/n

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12
Nov 11
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Nov 11

BPI é o banco mais exposto à dívida pública italiana

Os maiores bancos portugueses têm 1,032 mil milhões de euros de exposição à dívida pública de Itália. Este montante está quase todo no balanço do banco liderado por Fernando Ulrich.

O BPI tinha 972 milhões de euros investidos em títulos de dívida pública italiana, no final de Junho. No balanço do BCP estão 50 milhões de euros. A Caixa Geral de Depósitos e o BES não tinham obrigações de Itália.

A crescente desconfiança sobre a capacidade de a Itália fazer face ao pagamento da sua dívida pública, que é superior a 120% do PIB, está a fazer subir os juros implícitos nas obrigações. A "yield" ronda os 7%, nível considerado insustentável pelos analistas.

O aumento da "yield" corresponde a uma queda dos preços das obrigações, que pode penalizar as contas dos bancos. Estes vão ter de registar ao preço de mercado os títulos de dívida pública, assumindo nas contas as eventuais perdas que daí decorram até Junho de 2012. 

Esta imposição foi acordada na última cimeira europeia, abrangendo bancos de toda a Europa. A queda mais recente dos preços, nomeadamente das obrigações italianas, não será contabilizado no âmbito daquela medida, uma vez que foi acordado que seriam tidas em conta as cotações de 30 de Setembro. 
fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/
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