BPI em melhor posição para comprar o Novo Banco
O BPI é um dos candidatos favoritos à compra do Novo Banco. Depois de ter confirmado a sua intenção de interesse, na semana passada, a obrigatoriedade de redução da exposição a Angola está a ser vista como uma motivação adicional para a compra do Novo Banco.
Com as novas regras da Comissão Europeia, a partir de janeiro de 2015, os bancos com exposição a Angola terão uma redução dos seus rácios de capital. O BPI é um dos mais penalizados, sendo mesmo forçado a reajustar a sua exposição ao mercado através da sua subsidiária Banco de Fomento Angola.
Diminuir a participação no BFA dos atuais 50,1%, deixando de ter uma posição de controlo, vender a carteira de dívida pública angolana ou comprar o Novo Banco são as três principais opções que a instituição financeira liderada por Fernando Ulrich tem atualmente para responder às exigências do BCE. A redução da posição no BFA é a possibilidade que mais analistas acreditam poder verificar-se. Ainda assim, a compra do Novo Banco podia ajudar o BPI, já que permitia ganhar dimensão e aumentar os ativos em Portugal.
"Naturalmente a possibilidade de ter de reduzir a participação no BFA, coloca a uma motivação maior para o BPI comprar o Novo Banco", adiantou um analista, ao Dinheiro Vivo. Além disso, "as sinergias que um banco como o BPI possa conseguir são de tal forma que pode mesmo vir a compensar pagar um preço mais elevado do que o faria noutras circunstâncias", acrescentou outro analista que pediu anonimato.
Interesse até final do ano
O BPI não está sozinho na corrida ao Novo Banco. Esta semana também os chineses da Fosun (que compraram a Fidelidade) e o Santander (grupo espanhol que atua em Portugal através do Santander Totta) formalizaram o interesse na compra do banco que sobrou do colapso do BES.
A Fosun já era apontada como candidata à operação e chegou mesmo a avançar-se um valor para ao negócio. A TVI adiantou que a companhia chinesa estaria disponível para pagar até 3,5 mil milhões de euros. Um montante que o Dinheiro Vivo sabe que nunca foi apresentado. Ainda assim, no mercado, acredita-se que a revelação deste valor permitiu "balizar" a operação.
O Santander também formalizou esta semana o interesse na compra do Novo Banco e há dias o jornal espanhol Cinco Días colocou-o como um dos favoritos à operação. O jornal adianta ainda que também o La Caixa (que detém uma participação de 44% do BPI) e o Popular estarão interessados, ficando o Sabadell e o BBVA fora da corrida. Outro interessado é a Apollo Global Management, o fundo norte-americano que comprou a Tranquilidade. Há ainda a possibilidade de haver um fundo soberano do Médio Oriente e outro europeu, além do Cerberus Capital Management, Brookfield Asset Managemen, Apax, Bain, entre outros.
O Novo Banco está a ser vendido em bloco, excluindo o BESI. O banco de investimento liderado por José Maria Ricciardi ficou de fora depois de ter sido vendido à empresa chinesa de serviços financeiros Haitong por 379 milhões de euros.
Os interessados têm até às 17 horas de dia 31 de dezembro para indicarem o seu interesse e manterem-se na corrida. Em janeiro haverá troca de informação entre os interessados e o BNP Paribas, instituição que está a liderar o processo, e à qual se juntou a Perella Weinberg, boutique de investimento que apoia a operação também na alienação de ativos, nomeadamente a venda do BESI. As propostas não vinculativas serão apresentadas em fevereiro e a análise preliminar decorre de março a abril. As ofertas vinculativas serão apresentadas até junho e tudo aponta para que no mês de julho seja escolhido o vencedor.
fonte:http://www.dinheirovivo.pt/