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Mar 12

Crise gera nova tendência: casas dos bancos alvo de cobiça

Estão a ser alvo de cobiça, em tempos de crise. Portugueses e imobiliárias estão de olho nas casas devolvidas à banca por quem não consegue pagar os empréstimos.

Pelas contas da associação do setor (a APEMIP), só no ano passado, 6.900 imóveis foram entregues aos bancos, tanto por particulares como por promotores imobiliários. As zonas mais críticas foram as da grande Lisboa e Porto (45,2% do total), sendo que dos 10 municípios mais penalizados em termos nacionais, apenas três - Loulé, Ponta Delgada e Braga - não pertencem a estas duas regiões.

Mas este é também um problema dos bancos, que ficam com as casas em mãos. Por isso, apostam agora em campanhas agressivas para venderem os imóveis que têm em carteira, oferecendo condições únicas no financiamento e descontos no preço até aos 30%

Compraram T3, num condomínio fechado, por 59 mil

«Facilidades» que acabam por atrair jovens e imobiliárias. É o caso de Ana Espírito Santo e Claúdio que desde o ano passado procuravam cumprir o sonho de ter casa própria.

A necessidade de uma prestação mensal baixa levou-os a comprar, em outubro, um apartamento do Millennium BCP, em Santa Maria da Feira, que constava da carteira de uma imobiliária especializada na venda de retomas de bancos.

«É um T3, com 14 anos, num condomínio fechado com campo de ténis e piscina», disse à Lusa Ana Espírito Santo.

O banco financiou-lhes a «totalidade do valor do apartamento» de 59 mil euros e ofereceu um spread (lucro do banco) de cerca de 1,5 por cento. 

«Aproveitámos o financiamento a 100 por cento para usar o dinheiro que tínhamos para fazer obras pequenas no apartamento», contou Ana, destacando as boas áreas da casa, com espaço suficiente para a Matilde, de 16 meses, e o Duarte que vai nascer no verão.

Situação idêntica vive Tiago Antão, 26 anos, que saiu da casa dos pais em fevereiro para se mudar com a namorada para um apartamento na Amadora: «Andei no mercado e foi o único método que encontrei para ter boas condições a nível de financiamento e conseguir 100 por cento do valor do imóvel».

Com estas condicionantes, Tiago Antão e a namorada optaram por pagar 105 mil euros por um apartamento T2 na Amadora, com 100 m2, construído em 2006.

Imobiliárias aproveitam a onda

Vantagens que também conquistaram as imobiliárias, apostam cada vez mais neste nicho de mercado. «Não lhe diria que são mais baratos, são boas oportunidades em termos de mercado, associadas às condições que a banca oferece», disse à Lusa, João Martins, diretor-geral da Maxfinance, rede de agências de consultoria financeira do grupo Remax.

A Remax, uma das principais imobiliárias a operar no mercado português, apenas começou a trabalhar com a banca no ano passado. Atualmente, 10 por cento dos imóveis da Remax para venda são oriundos da banca, tendo a imobiliária vendido já 139 destes imóveis num volume de negócios de 10 milhões de euros.

Já a imobiliária Fracção Exacta trabalha há alguns anos quase exclusivamente com retomas de bancos - mais de 90 por cento das vendas são destes imóveis -, contando com 27 agências em todo o país. 

Os cinco maiores bancos a atuar em Portugal (CGD, BCP, BPI, BES e Santander Totta) são os principais fornecedores da agência, que tem atualmente para venda 4.700 imóveis de bancos.

E segundo a responsável pela gestão de rede desta imobiliária, Sónia Santos, em 2010, era a CGD o banco com pacotes mais atrativos, o que levou a que tivesse «limpado o stock existente». Já atualmente é o «BCP que está no auge», com a oferta de melhores condições.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

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Banca dá descontos até 30% para vender casas em carteira

Os bancos estão a apostar em campanhas agressivas para venderem os imóveis que têm em carteira, oferecendo condições únicas no financiamento e descontos no preço até aos 30 por cento.

Para captarem o interesse dos compradores, os bancos portugueses estão a financiar a compra destes imóveis queherdaram devido ao incumprimento dos contratos de crédito à habitação, a 100 por cento, algo que já há vários meses não se verifica nos contratos relativos a imóveis que não sejam da sua carteira própria.

Depois, oferecem spreads mais competitivos do que os praticados nos novos contratos de crédito à habitação, cuja média trepou de 2,69% em dezembro para os 3,15% em janeiro - a maior subida mensal desde que há registos (janeiro de 2003).

As instituições financeiras estão ainda a facilitar a compra, nalguns casos, através da isenção dos custos de avaliação e das despesas de dossier.

Em cima disto, há ainda um desconto no preço dos imóveis, que varia consoante as suas características, mas que pode atingir os 30%.

O Santander Totta, por exemplo, detém em média, 1.500 a 1.600 imóveis em carteira para venda, segundo números divulgados pelo banco à Lusa. Já o BBVA Portugal detém cerca de 700 imóveis à disposição com condições de financiamento mais vantajosas. Os outros bancos contactados pela Lusa (CGD, BCP, BES e Banco BPI) escusaram-se a revelar estes dados.

As ofertas de alguns bancos

«Temos neste momento um spread de 2 por cento nos financiamentos para imóveis destinados à habitação, sendo o financiamento a 100%. Os descontos nos preços face aos valores do mercado variam muito em função do tipo e antiguidade do imóvel, localização e outros aspetos. Mas podemos dizer que os preços praticados incorporam um desconto que ronda os 20% a 30%», disse à Lusa fonte oficial do Santander Totta.

Por seu turno, o Millennium BCP disse à Lusa que lançou recentemente o M Imóveis, «onde as sucursais alienam imóveis em carteira com excecionais condições de financiamento». 

Um serviço a juntar ao Mês das Oportunidades,durante o qual o banco promove, em diferentes regiões do país, a venda de vários imóveis em promoção. Quinzenalmente, são também realizadas vendas de dois imóveis com proposta em carta fechada, com uma base de licitação em que o vencedor será o que apresenta a melhor proposta. E promove ainda um leilão por mês, em cada região em que decorre o Mês das Oportunidades, além de outros leilões de âmbito nacional.

BES revelou que, no ano passado, 158 famílias renegociaram o crédito à habitação, e que o banco lançou um programa para a «deteção automática de clientes que revelem sinais de alerta quanto à dificuldade em cumprirem as suas obrigações». 

Na página da Internet do BES Imóveis em Campanha, em que se pode conhecer alguns dos comercializados pelo banco (entre apartamentos, lojas ou terrenos), este oferece um «spread geral desde 2,5 por cento», com um montante de financiamento máximo de 100% e ainda a isenção da comissão de estudo de processo e do estudo de comissão de avaliação.

Na CGD, através da Caixa Imobiliário, também são oferecidas condições especiais, com o financiamento de 100% do valor de avaliação, com a taxa de juro fixa nos 2,75% ao ano (nos primeiros três anos) e com uma bonificação de 1% no spreadbase no restante prazo do empréstimo.

Também há a dispensa de avaliação e de encargos inerentes, isenção da comissão de estudo, entre outras vantagens.

Quanto ao BPI, segundo a informação recolhida no seu site, nos 364 imóveis do banco que estão em venda é prometido um financiamento «com spread especial», a dispensa de avaliação do imóvel e a isenção das comissões iniciais.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/f

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Casas dos bancos vendidas em leilões

As leiloeiras tornaram-se um dos aliados dos bancos na venda de imóveis, reflexo das dificuldades da banca em escoar imóveis em carteira, numa altura em que o incumprimento de famílias e empresas bate recordes.

A leiloeira Uon é uma das que trabalha com as instituições bancárias em Portugal. Em 2011, a Uon realizou mais de 30 leilões (quer presenciais, quer online), tendo levado à praça cerca de 2.700 imóveis, com um valor global de cerca de 108 milhões de euros.

«Foram vendidas aproximadamente 1.050 casas tendo o valor de vendas em leilão da Uon sido de cerca de 57 milhões de euros», disse à Lusa a diretora comercial, Ana Ferro.

Os imóveis da banca têm a vantagem, face aos restantes do mercado, de estarem bem localizados (Grande Lisboa, Grande Porto, Litoral e Algarve), a «relação preço qualidade» e, ainda, dispõem de melhores condições por parte das instituições de crédito, destaca Ana Ferro.

Quanto ao preço dos imóveis que vão a leilão, «a licitação mínima é calculada em função do valor do crédito concedido ou do valor da avaliação. Geralmente é escolhido o mais alto».

O reverso da medalha

Além das leiloeiras, há cada vez mais imobiliárias a vender as casas dos bancos. Uma realidade que prejudica os promotores imobiliários que «não conseguem competir» com as campanhas agressivas da banca, como acusa a associação do setor, APEMIP.

O facto de a «banca vender com condições com que os promotores não conseguem competir», com «desvalorizações forçadas dos imóveis, que podem atingir os 30%», cria uma «instabilidade nos preços», critica o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal.

«Não há motivos para esta desvalorização forçada», sustentou Luís Lima que, já no final de novembro tinha dito que a banca está a recorrer a mediadores mais do que nunca.

Luís Lima rejeitou, contudo, que os bancos estejam a desviar clientes das mediadoras, considerando que a relação entre as duas entidades é favorável aos mediadores.

«O que era bom, como questão de futuro, era nós vendermos os imóveis antes de estarem na posse dos bancos».

Mas afinal, como é que os bancos retomam os imóveis?

Através de duas vias: judicial ou extrajudicial. Neste último caso, o proprietário que não conseguiu cumprir o pagamento das prestações devolve o imóvel ao banco, podendo dar-se a liquidação integral ou parcial da dívida, consoante a avaliação que o banco faça do imóvel nesta fase.

Por exemplo, se o banco avaliar em 70 mil euros e o empréstimo tiver sido de 100 mil, o proprietário fica devedor do restante.

Já na via judicial, existem três tipos de processos em que se dá a adjudicação dos imóveis pelos bancos: de execução fiscal, execução do imóvel pelo banco pela mora do pagamento das prestações do crédito à habitação e insolvência do proprietário do imóvel.

No primeiro caso, o banco reclama o seu crédito e, por ser credor privilegiado (tem a hipoteca do imóvel), pode pedir a adjudicação deste. 

No segundo cado, há penhora e é promovida a venda do imóvel. O banco faz então uma proposta para lhe ser adjudicado o bem, o que acontecer por ter a hipoteca.

Já se um credor ou o próprio proprietário pedir a insolvência, o banco faz a reclamação do seu crédito e também aqui pode haver liquidação dos bens do insolvente. Neste caso, o banco, se tiver interesse nisso, faz uma proposta de compra e é-lhe adjudicado o bem, mais uma vez tendo em conta a garantia dada pela hipoteca.

Só no ano passado, quase 7 mil imóveis foram devolvidos à banca.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

 

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