05
Mai 11

Ulrich diz que a banca foi o sector mais mal tratado pela 'troika'

O presidente do BPI considera que acordo é “excelente” para o País, menos para a banca.

"O sector bancário é o pior tratado, e injustamente, neste tratado", afirmou hoje, no Porto, Fernando Ulrich.

No entanto, o presidente do BPI demonstrou estar globalmente satisfeito com o acordo alcançado entre o Governo e a Troika. "É um excelente programa, adequado às necessidades do país", salientou.  Embora não exista "nenhuma novidade", considerou que são medidas "que foram defendidas há anos e nos últimos meses".

"É um programa muito melhor que o PEC IV", frisou na sua intervenção na conferência 'A política das políticas públicas', promovida pela Universidade Católica do Porto. 

Além disso, notou Ulrich, este programa "é mais abrangente, cobre mais matérias, vai além das finanças públicas e pode ajudar ao crescimento da economia, que não será de imediato".

fonte:http://economico.sapo.pt/

 

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03
Mai 11

Troika pode pedir reforço gradual do rácio da banca

A troika que está a negociar o plano de resgate financeiro português poderá exigir novos rácios de capital aos bancos portugueses, alegando que a medida irá torná-los mais sólidos e vai facilitar-lhes o acesso aos mercados internacionais de financiamento.

 

Os moldes em que esta exigência se concretizará ainda não produziu consenso, embora ganhe força a possibilidade de ser exigido um rácio Tier 1 (que mede os requisitos de capital em relação ao activo ponderado pelo risco) de 9 por cento este ano e de 10 por cento no próximo, dependendo esta opção da duração do programa de apoio a Portugal.

Apesar de se aproximar o fim das negociações - prevendo-se que o plano global possa ser revelado já amanhã -, não foi ontem possível apurar se a troika já chegou a um entendimento que será dado a conhecer, em primeiro lugar, ao Governo e, depois, ao Banco de Portugal. Há uma linha favorável a que o Tier 1 se fixe em 10 por cento. Há uma segunda sensibilidade (esta partilhada pelos bancos) que considera que o Core Tier 1 se deve manter nos oito por cento, até porque a Irlanda, que após a intervenção viu os seus rácios subirem para 13 por cento, continua sem ter acesso a financiamento dos mercados. E sustentam que o principal problema do sector é a falta de liquidez e que, ao exigir-se mais capital, coloca-se pressão adicional sobre o crédito, numa altura em que se pretende que os bancos aliviem a sua dependência do BCE e que, em simultâneo, reduzam o seu endividamento externo. 

Se o FMI tem dado sinais de não ter uma posição fechada sobre o tema do capital dos bancos, os técnicos da UE são os mais entusiastas quanto à inclusão no programa de ajuda de medidas de reforço da robustez do capital dos bancos nacionais. 

Não havendo uma única opinião, o PÚBLICO sabe que há quem aposte numa via de compromisso entre as duas visões: os bancos terão de reforçar o seu rácio, mas de modo progressivo. Uma das hipóteses é apresentarem-se no final do ano com um indicador de 9 por cento, valor que deverá em 2012 chegar aos 10 por cento. Esta via permitirá aos bancos prepararem-se sem necessidade de recorrer à injecção de fundos públicos, o que se traduziria na entrada do Estado nas instituições. 

No quadro do reforço das exigências de capital, os responsáveis europeus têm anunciado que será criada uma linha de recapitalização para a banca portuguesa que corresponderá a 10 por cento do valor da ajuda. Se o empréstimo externo for de 80 mil milhões de euros, então o fundo de recapitalização será de oito mil milhões de euros. 

No prospecto de aumento de capital (nos riscos potenciais da actividade onde inclui a possibilidade de ocorrência de um atentado), o BCP admite que, no caso de haver um aumento dos rácios de capital, não poderá excluir a possibilidade de recorrer a fundos estatais. 

No âmbito da discussão das medidas a incluir no programa de ajuda externa, no que respeita à estabilização financeira, terão sido abordadas várias hipóteses, entre elas a criação de instrumentos que facilitem a abertura à banca nacional dos mercados de financiamento, o que poderá passar pela criação de linhas com garantia do Fundo de Estabilização Europeu Financeira (ou seja, aval externo). A troika terá ainda equacionado a possibilidade de serem criadas linhas que permitam ao Estado recomprar aos bancos dívida pública, ou a criação de mecanismos que permitam que financiamentos dados pela banca às empresas públicas e às autarquias possam ser transferidos para o universo do Estado (António de Sousa anunciou que, em Março, o sector público devia aos bancos mais de 40 mil milhões de euros, tanto quanto estes deviam ao BCE). Esta última solução permitiria ainda aos bancos reduzir a sua carteira de crédito e libertar meios para canalizar para a economia. 

Estes temas estão a ser dirimidos num quadro particular, pois as instituições têm sobre as mesmas matérias sensibilidades distintas. Se o BCE está preocupado com a estabilidade do sistema financeiro, a UE e o FMI têm uma perspectiva mais económica. Mas, ao contrário da UE, o FMI surge numa posição mais independente, pois está fora das lutas de poder europeias e com uma agenda menos política. A imprensa tem referido que a sua grande preocupação nas negociações tem que ver com a necessidade de criar um plano que minore os efeitos recessivos da economia e promova o seu crescimento sustentado.

fonte:http://economia.publico.pt/

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20
Abr 11

Banca já começou a ser recebida pela "troika"

Entre os cinco grandes bancos nacionais, pelo menos o Santander Totta já foi recebido pelos técnicos do FMI, BCE e Comissão Europeia. Um dos objectivos do sector é evitar um aumento das exigências de capital.
A “troika” do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia já começou a receber as equipas das instituições financeiras, soube o Negócios, junto de fonte do mercado. Na segunda-feira, a missão de técnicos que está a avaliar a situação de Portugal no âmbito do pedido de ajuda externa recebeu uma equipa do Santander Totta.

Segundo soube o Negócios, o encontro teve lugar no Banco de Portugal. Contactado pelo Negócios, o banco liderado por Nuno Amado recusou fazer comentários.

Entre esta e a próxima semana, a “troika” deverá receber representantes dos cinco maiores bancos nacionais. O objectivo dos técnicos do FMI, BCE e Bruxelas será perceber as condições de liquidez e os impactos que a situação económica pode ter na rentabilidade e solvabilidade do sector financeiro português.

Por seu turno, os bancos querem mostrar às autoridades internacionais os impactos negativos que poderá ter a imposição de novas exigências de capital, designadamente no relançamento da economia. 

A banca procurará demonstrar que o aumento dos requisitos de capital de melhor qualidade (“core tier one”) do actual mínimo de 8% para 10% – nível fixado na Irlanda, onde a ajuda externa foi ditada pelo colapso do sistema financeiro – poderá obrigar a banca a cortar o crédito à economia de forma “abrupta”, o que dificultará a obtenção de financiamento por parte das empresas. 

Além disso, essa eventual nova imposição poderia, nalguns casos, levar à necessidade de recurso ao fundo público de capitalização do sector bancário, situação que a grande banca quer evitar a todo o custo, nem que para isso tenha que vender activos estratégicos.

Em alternativa, como o Negócios noticiou na semana passada, a banca prefere ser mais agressiva em termos de metas de desalavancagem, ou seja, de redução do rácio de transformação dos depósitos em crédito. O sector admite reduzir este indicador, que hoje é quase sempre superior a 150% para níveis entre 120% e 110%, em linha com o que tem sido definido na Grécia e na Irlanda.
fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/
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