Corte de 10 mil empregos na banca suíça até final de 2012

O antigo vice-presidente da Associação de Bancos Estrangeiros na Suíça, Eduardo Leemann, antecipou hoje que o sector perca 10 mil empregos.

"Antevejo que até ao final de 2012 haja uma supressão de 10 por cento do total dos postos de trabalho no sector bancário suíço", disse o banqueiro, que é actualmente director geral do banco Falcon Private Bank.

Já para o banqueiro Thomas Matter, que preside o Neue Helvetische Bank e que, tal como Eduardo Leeman, falava numa entrevista concedida ao jornal SonntagzZeitung, as filiais suíças dos bancos franceses e italianos são particularmente ameaçadas.

Os dois maiores bancos helvéticos, o UBS e o Credit Suisse, anunciaram recentemente o corte de 3.500 e 1.500 funcionários, respetivamente, devido à grave crise que persiste nos mercados financeiros, a exemplo de outros congéneres europeus.

Cinco dos maiores bancos europeus anunciaram cortes de pessoal significativos durante o mês de Agosto, num total de 40 mil funcionários, em reflexo da crise da dívida soberana que tem afectado diversos países da Europa.

O recordista do corte de funcionários é o HSBC, que no primeiro dia de Agosto divulgou que vai eliminar 30 mil lugares. Também o Barclays vai reduzir os seus quadros em cerca de 3.000 colaboradores, enquanto o Royal Bank of Scotland eliminará dois postos de trabalho.

O ritmo de eliminação de colaboradores nos bancos europeus supera em seis vezes o dos seus pares norte-americanos, segundo os dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg.

O corte de postos de trabalho na banca europeia está relacionado com a actual conjuntura do sector, particularmente afectado pela última vaga da mais grave crise desde a Grande Depressão da 1929.

"É um banho de sangue. E estimo que as coisas ainda piorem antes de melhorarem", disse à Bloomberg Jonathan Evan, presidente da empresa de caça talentos Sammons Associates, em Londres.

A mesma fonte acrescentou que não espera que muitos daqueles que agora perdem os seus empregos consigam novos trabalhos tão depressa. "Independentemente de quão bom alguém é, ninguém quer nesta altura falar de contratações. A vida vai ser muito difícil durante dois ou três anos", antecipou.

Por seu turno, Andrew Gray, responsável pelo acompanhamento do sector bancário na PricewaterhouseCoopers em Londres, assinalou que é provável que "a perda de empregos na indústria financeira perdure durante o segundo semestre de 2011. A extensão dos cortes é difícil de prever, mas vão haver mais reduções noutras instituições".

fonte:http://economico.sapo.pt/

 

publicado por adm às 23:28 | comentar | favorito
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