30
Abr 11

Banca reage à crise. BES vende Bradesco. BPI vai viver só dos depositantes

O BES anunciou ontem a venda da totalidade da participação (6%) no Bradesco, o maior banco privado brasileiro e seu parceiro desde 2000. O negócio vai permitir um encaixe de 1200 milhões de euros relativos à participação do banco e dos fundos geridos pela ESAF (Espírito Santo Activos Financeiros). A maior fatia, de 870 milhões, irá para o BES, que assim garante um contributo precioso para o reforço dos rácios de capital. O banco irá ficar um Core Tier 1 acima de 8%, seguindo as recomendações do Banco de Portugal - no final do ano o indicador estava em 7,9%.

Já em meados de Abril, o jornal brasileiro "Valor Econômico" avançava esta hipótese como uma das formas de elevar os níveis de capital do BES, apontando contudo para um valor de venda superior: 1,7 mil milhões de euros. Na altura, fonte oficial do BES ouvida pelo "Jornal de Negócios" disse desconhecer a informação.

O acordo para alienação da participação no Bradesco, que no conjunto representa mais de 6% do capital, foi feito com a Companhia Cidade de Deus, holding que já detém a maior fatia do capital deste banco. O Bradesco é parceiro do BES em África e accionista do banco português com 6%. A alienação da participação é mais um sinal do esforço que os bancos nacionais estão a encetar para garantir rácios e liquidez numa conjuntura que se tornou ainda mais difícil depois do pedido de ajuda ao FMI.

BPI sai dos mercados Ontem o presidente do BPI disse que o banco está a preparar-se para viver sem o mercado, o que significa depender apenas dos depositantes para financiar a sua operação. O BPI deixou de ter exposição ao Banco Central Europeu no final do primeiro trimestre - mil milhões de euros no final do ano - e vai financiar-se com os depositantes. É claro que esta estratégia tem "um limite. Não daremos o crédito todo que o mundo precisa", diz Ülrich.

Na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, o responsável deixou a mensagem. "Os próximos dois anos vão ser difíceis em Portugal. Não tenhamos ilusões. A optimização de processos e redução de custos vão continuar."

Redução de efectivos Para além do anunciado fecho de 47 balcões, o banco vai continuar a reduzir pessoal, esperando descer abaixo da linha de 7 mil funcionários nos próximos meses. Hoje o banco tem 7234 trabalhadores, mas chegou a ter 7767 em 2008. O objectivo é "estar ágil" para vir a beneficiar do crescimento quando ele regressar. O banco fechou o primeiro trimestre com lucros de 45,3 milhões de euros, o mesmo nível de Março de 2010. O rácio Core Tier 1 subiu para 9%.

O BPI tem em carteira 2700 milhões de euros de dívida pública portuguesa, um valor considerável, reconhece Ülrich, apesar de o banco não comprar destes títulos desde final de 2009. A preços de mercado, os títulos do Tesouro representam uma menos--valia potencial da ordem dos 500 milhões. Mas esta situação só trará perdas ao banco se vender os títulos. A exposição à dívida grega atinge 480 milhões de euros.

Na sequência da descida do rating abaixo de A, o BPI teve de reforçar os colaterais dados em operações de financiamento internacional em 400 milhões de euros, contando já com dados de Abril.
fonte:http://www.ionline.pt/
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30
Abr 11

Banca: BPI prevê crescimento fraco do negócio doméstico nos próximos dois anos

O presidente do Banco BPI, Fernando Ulrich, disse hoje que antecipa dois anos difíceis para a atividade bancária em Portugal, com um crescimento fraco, explicando que o banco vai racionalizar os seus recursos no país durante este período.

"O negócio bancário (em Portugal) não vai crescer muito nos próximos tempos. Antecipamos que os próximos dois anos sejam de consolidação da operação do BPI no mercado doméstico. Vamos estar focados na racionalização e otimização de recursos, para estarmos preparados para tirar partido do momento em que houver uma recuperação da economia portuguesa", afirmou o banqueiro.

Quanto ao objetivo de desalavancagem que já vem sendo indicado por Ulrich há cerca de um ano, face à situação económica do país e do setor bancário, o presidente do BPI disse que o banco não necessita de cortar o crédito às empresas, mas admitiu limitar o crédito à habitação das famílias portuguesas.

fonte:http://www.dn.pt

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27
Abr 11

Banca portuguesa presta contas

BCP e BPI divulgam os números do primeiro trimestre. Nos EUA, Ben Bernanke vai fazer uma reunião mensal da Fed em moldes diferentes A apresentação dos resultados de dois dos maiores bancos nacionais e a decisão da Reserva Federal (Fed) para a política monetária dos EUA vão concentrar as atenções dos investidores durante a semana. 

O primeiro banco a apresentar resultados é oBCP. A instituição liderada por Carlos Santos Ferreira decidiu antecipar a divulgação dos números relativos ao primeiro trimestre para esta quarta-feira, em virtude do aumento de capital. 

As estimativas de três analistas recolhidas pela Bloomberg apontam para uma quebra homóloga de 23% dos lucros do BCP para 73,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011. As estimativas para o BPI apontam para uma descida de 9% dos lucros para 41,05 milhões. 

A semana fecha com os resultados da Galp Energia. Os números preliminares avançados pela petrolífera não foram bem recebidos pelos analistas. 

Fed mantém juros inalterados e Bernanke explica decisão 
A Fed deverá manter os juros inalterados na próxima reunião do comité de política monetária dos EUA, numa altura em que já se antecipa uma nova subida dos juros pelo BCE, de forma a contrariar as pressões inflacionistas.

Pela primeira vez na história do banco central americano, o seu presidente vai dar uma conferência de imprensa.Ben Bernanke vai explicar a decisão no contexto das perspectivas da Fed para a economia, que tem dado alguns sinais positivos, embora o desemprego permanece elevado.

Os jornalistas presentes deverão aproveitar para questionar Bernanke sobre a decisão da agência de "rating" S&P de colocar, pela primeira vez, a dívida americana com uma "perspectiva negativa". 

O segundo programa de estímulos monetários da Fed termina em Junho e com ele acaba a compra de Obrigações do Tesouro norte-americano pela autoridade monetária. 

"O final do segundo programa de compra de activos nos Estados Unidos implica o desaparecimento da Reserva Federal como comprador estrutural de obrigações norte-americanos", diz William De Vijlder, responsável pela estratégia de investimento do BNP Paribas Investment Partners, numa análise de conjuntura divulgada na quinta-feira. "Isso significa que a competição pelas poupanças vai aquecer muito mais, o que deve levar a um maior nervosismo nas acções e obrigações do governo . 

A próxima semana será também marcada pela divulgação do PIB do primeiro trimestre nos EUA. A previsão dos analistas aponta para 1,8%, um abrandamento face ao trimestre anterior. É também divulgado o consumo privado. 

Na sexta-feira um dos principais mercados do mundo estará de portas fechadas. A bolsa de Londres vai estar encerrada na sexta-feira por ocasião do casamento real do príncipe William e Kate Middleton.

fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/
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Banca: Acionistas do BPI aprovam por unanimidade aumento de capital para 990 milhões de euros

Os acionistas do BPI aprovaram hoje por unanimidade um aumento do capital social para 990 milhões de euros, através da incorporação de reservas no valor de 90 milhões de euros, conseguindo um rácio `Tier 1` de 8,7 por cento.

Na assembleia-geral de acionistas mais concorrida desde abril de 2006, com 80,5 por cento do capital representado, que decorreu no Porto, foi aprovada a proposta do conselho de administração do BPI de não distribuição do lucro do exercício de 2010, que ascendeu a 184,8 milhões de euros, e a sua consequente afetação a reservas, reforçando o capital social para 990 milhões de euros.

O rácio `core tier 1` estabelece um nível mínimo de capital que as instituições devem ter em função dos requisitos de fundos próprios decorrentes dos riscos associados à sua atividade. Recentemente, o Banco de Portugal anunciou que irá exigir aos bancos portugueses um rácio de capital `core tier 1` de 8 por cento, ou seja este passará a ser o nível de solvabilidade mínimo para as instituições financeiras exercerem a atividade.

fonte:http://www0.rtp.pt/

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Banca: BPN diminui prejuízos para 126,6 milhões de euros em 2010

O Grupo BPN melhorou os seus prejuízos em 90 milhões de euros no ano passado, para 126,6 milhões de euros negativos, face a perdas de 216,6 e de 575,2 milhões de euros verificadas nos exercícios de 2009 e 2008.

"Foi feito um esforço para melhorar os resultados e é de realçar a melhoria muito significativa face a 2008", destacou à agência Lusa Norberto Rosa, vice-presidente do Banco Português de Negócios (BPN).

O administrador explicou que a melhoria dos resultados foi possível devido à redução de custos, frisando que o BPN tem operado num ambiente adverso, dadas as insuficiências de capital e as dificuldades de liquidez que encara.

fonte:http://www.dn.pt/I

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27
Abr 11

Banca: Crédito habitação vai "ter menos importância no negócio bancário"

O presidente do BPI, Fernando Ulrich, acredita que o crédito à habitação vai "durante alguns anos ter menos importância no negócio bancário", considerando que a tendência é para o crescimento do mercado de arrendamento.

"Por um conjunto de razões, que se conjugam, depois de um período de dez ou 15 anos em que os portugueses preferiam a compra de casa e recorriam ao crédito para esse fim, entramos numa fase em que vamos recorrer menos ao crédito para a compra de casa", disse Fernando Ulrich no final da assembleia-geral de acionistas, no Porto.

Em declarações aos jornalistas, o presidente executivo do BPI considerou que "há uma tendência profunda" para o aumento da importância do mercado de arrendamento, o que terá consequências na atividade do setor: "De agora em diante, o crédito habitação vai durante alguns anos ter menos importância no negócio bancário".

fonte:http://aeiou.visao.pt/

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25
Abr 11
25
Abr 11

Resgate internacional é positivo para a banca

O resgate financeiro que está a ser negociado para Portugal é positivo para os bancos já que impede o colapso do setor público e desanuvia a tensão derivada das dificuldades de financiamento da banca, consideram os especialistas ouvidos pela Lusa.

 

 

«Numa primeira análise, o resgate internacional é positivo para os bancos por impedir o colapso do setor público e as respetivas repercussões, que poderiam levar mesmo à implosão do sector financeiro nacional», salientou Filipe Garcia, economista da IMF - Informação de Mercados Financeiros.

 

Uma opinião partilhada por Pedro Lino, presidente da DIF Broker, que sublinhou que «a intervenção internacional é muito positiva para a banca» portuguesa e que a mesma «vem desanuviar um pouco a tensão existente sobre a banca» devido às questões ligadas ao financiamento.

fonte:Diário Digital / Lusa 

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23
Abr 11
23
Abr 11

'Banca foi totalmente vítima do Governo'

Luis Campos e Cunha, o primeiro ministro das Finanças de José Sócrates, que saiu depois de quatro meses de governação, diz que Portugal terá pelo menos cinco anos de crescimento «anémico» e que uma taxa de juro de 4,2% no pacote de ajuda da UE/FMI seria «muito positivo».

Em apenas um ano, a crise da dívida soberana obrigou ao resgate de três países na Zona Euro (Grécia, Irlanda e Portugal). O que se segue? 
É difícil saber. A haver nova ajuda financeira na Zona Euro será a de Espanha, mas espero que não aconteça. Porém, o pedido de auxílio de Portugal foi o fim da última trincheira antes de Espanha. Os espanhóis tinham desaparecido dos jornais internacionais como problema e voltaram a surgir. Madrid tomou medidas de austeridade atempadamente, ao contrário de Portugal. E, se não necessitar de apoio internacional, foi porque fez o trabalho de casa . Mesmo assim, o primeiro-ministro Zapatero já anunciou que não se vai recandidatar.

O que tem falhado na política económica europeia? 
A culpa dos problemas reside, sobretudo, nos próprios países. Os irlandeses têm alguma desculpa, porque as finanças públicas estavam em ordem e foram contaminadas por um sistema financeiro mal supervisionado. Em Portugal, a origem da crise e do resgate está na política orçamental completamente desastrosa, sobretudo a partir de 2008.

Quais foram os principais erros? 
Portugal teve azar em ter um Governo muito eleitoralista e com eleições no final de 2009. O Governo começou a prepará-las logo em 2008, com a redução do IVA no primeiro trimestre. Devo ter sido quase a única voz que se levantou contra a medida, alertando que era demasiado prematura e que o sistema financeiro poderia necessitar de algum apoio do Estado, como estava já a ser previsto em diversos países em consequência da crise do subprime nos EUA. Após a falência do Lehman Brothers, em Setembro de 2008, instalou-se uma onda de pseudo-keynianismo na política económica mundial que caiu como sopa no mel a um Governo que está à beira de eleições e que passou a gastar sem restrições. A primeira má surpresa surge em Janeiro de 2010, quando o défice de 2009 foi revisto em alta até 9,2%.

Aí começaram as desconfianças dos mercados?
Sim, os mercados, ou melhor, os nossos credores começaram logo aí a desconfiar de Portugal. A seguir às eleições, com a expectativa de que iria durar poucos meses, o Executivo cedeu a uma série de interesses - médicos, enfermeiros ou professores - que receberam amplas benesses entre o final de 2009 e início de 2010. Depois, o primeiro Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), de Março de 2010, era muito fraco e não atacou o problema a sério. Em Abril, a S&P desce em dois níveis o rating da dívida e, a partir daí, foi uma bola de neve . O Governo reagiu sempre tarde aos acontecimentos e, quando se reage tarde, não se é credível e isso é terrível para a reputação de um país. Estava nas cartas já nos finais de 2010 que Portugal teria de pedir ajuda internacional.

Que expectativas tem para o plano de ajuda da UE/FMI? 
Tem de ser suficientemente compreensivo, alargado e forte para que os mercados acreditem, mas não pode ser tão violento ao ponto de as pessoas não acreditarem que seja praticável. Se for feito um pacote de reformas coerente e sustentável, é obrigatório do lado da União Europeia aplicar taxas de juros e prazos de pagamento mais vantajosos do que os do mercado, porque o risco de Portugal será também menor. Se conseguíssemos uma taxa próxima da Grécia (4,2%) seria muito positivo.

A banca foi uma vítima ? 
Foi totalmente vítima da política orçamental irresponsável do Governo. No fim de 2009, os bancos mostraram que tinham feito uma avaliação do risco muito cuidada face aos alemães, norte-americanos ou ingleses. Mas, em Abril de 2010, o rating de Portugal baixa em dois níveis, obrigando a uma descida do da banca. O sector vê os mercados de financiamento fecharem-se e fica a braços com problemas de funding e de concessão de crédito.

A restrição de crédito ameaça o crescimento das exportações? 
Há o risco de o sistema financeiro não conseguir conceder o crédito necessário às empresas exportadoras e levar a que as vendas ao exterior não cresçam como o esperado. A Europa está a viver uma política monetária muito expansionista, ao contrário de Portugal, que é muito contraccionista, porque a banca não consegue fazer chegar o crédito em quantidade e a baixo custo aos consumidores e empresas.

Os portugueses já tomaram consciência do que aí vem? 
Sabem que a situação é muito difícil, com taxas de desemprego recorde, subidas de impostos brutais e redução de apoios sociais. O que aí vem, nem eu sei - e sou professor de Economia! Para já, temos garantidos pelo menos cinco anos de crescimento muito anémico; se as coisas não correrem bem, serão dez.

É imperativo um Governo ou coligação maioritária para aplicar as medidas do FMI? 
Não sou a favor de um centrão no poder, mas, em momentos dramáticos como este, pode ser preciso um bloco alargado e amplamente consensual no Parlamento que consiga conduzir o país durante três ou quatro anos.

E é possível um governo de Bloco Central com os actuais responsáveis políticos? 
Não será possível com José Sócrates. Sócrates é o problema e com ele não haverá qualquer coligação possível. Se o PS perder as eleições por larga margem, é natural que mude de secretário-geral. Se perder por margem curta ou ganhar as eleições, Sócrates continuará.

Como avalia o trabalho de Teixeira dos Santos? 
Teixeira dos Santos foi um mero executor da política orçamental de Sócrates. Qualquer pessoa que me sucedesse tinha de aceitar que Sócrates era o ministro das Finanças. É a Sócrates que devem ser atribuídas as responsabilidades pela situação do país.

Estamos em risco de reestruturar a dívida, como a Grécia? 
A Grécia é um caso muito particular, porque tem um nível de endividamento de cerca de 150% do PIB, um valor dificilmente sustentável. A necessidade de reestruturação é capaz de ser inevitável. O nosso caso dependerá de dois efeitos: o primeiro é a tentação de Portugal querer avançar para uma reestruturação se a Grécia a fizer e se correr bem. É sempre uma tentação grande para os políticos portugueses não pagar, embora pagar o que se deve honre os países e as pessoas; o segundo efeito depende da sustentabilidade do pacote e das medidas de ajuda. Se este assegurar taxas de juro comportáveis para consolidar as finanças públicas, Portugal não deve reestruturar a dívida. Isso seria uma vergonha para todos nós.

fonte:http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=17490

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22
Abr 11

Banca nunca concedeu tão poucos empréstimos

O acesso a novos empréstimos por parte das famílias e empresas é cada vez mais difícil. As quebras na concessão de crédito por parte dos bancos atingem a maior expressão nos montantes destinados a financiar a compra de casa e as grandes empresas. No total, foram menos 740 milhões só num mês, aponta o Diário de Notícias. 

Nunca foi concedido tão pouco dinheiro para financiar particulares e empresas, de acordo com os valores registados, em Fevereiro deste ano, no boletim estatístico do Banco de Portugal. Pelo menos desde Janeiro de 2003, data em que esta autoridade regista estas estatísticas financeiras.
fonte:http://www.abola.pt/
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22
Abr 11

Investimento da banca nacional em dívida pública a cair desde Dezembro

Em Fevereiro, empréstimos ao Estado e títulos de dívida nas mãos da banca ascendiam a 33 429 milhões
Em Fevereiro, os empréstimos e os créditos que a banca nacional detinha sobre o Estado atingiam 33 429 milhões de euros. Uma soma que inclui dívida pública e os empréstimos à administração central e a entidades regionais e locais. 

Este número representava quase 7% do activo total detido pelos bancos a operar no mercado nacional, de acordo com o último boletim estatístico do Banco de Portugal. No entanto, o valor caiu face a Dezembro, quando atingiu o valor mais alto registado pelas estatísticas mensais do banco central - disponíveis desde Dezembro de 1979. Em Dezembro de 2010, os créditos sobre o Estado atingiram 33 485 milhões de euros, o número mais alto em 30 anos, em valores absolutos e a preços nominais. 

Apesar da queda face a Dezembro, os montantes retomaram a trajectória ascendente em Fevereiro, por causa dos empréstimos ao Estado e à administração local e central. Mas é provável que voltem a cair nos próximos meses, à medida que a banca acelera a desalavancagem do balanço - redução do crédito concedido - e reduz a exposição ao sector público. O principal alvo deste processo, conforme assumido pelos líderes dos principais bancos nacionais, vai continuar a ser o financiamento do Estado através da compra de dívida soberana. 

A dívida pública é a principal componente do financiamento da banca ao sector público e está em trajectória descendente desde Dezembro. Nesse mês, as aplicações dos bancos em títulos de dívida chegaram ao valor máximo de 22 511 milhões de euros, tendo entretanto recuado para 21 018 milhões de euros em Fevereiro. Este movimento reflecte uma redução do investimento de 6,6% ou 1500 milhões. O desinvestimento em dívida do Estado é o factor que explica a baixa do crédito ao sector público. As outras duas componentes - empréstimos à administração central e entidades regionais - subiram desde Dezembro. 

transportes pesam mais Há uma explicação metodológica para o aumento muito significativo que se registou nos empréstimos a entidades da administração pública, que de Novembro para Fevereiro disparou 175%. Em causa, a contabilização no perímetro das administrações públicas, a partir do final do ano passado, de três empresas do Estado - Refer, Metro de Lisboa e Metro do Porto. 

Esta alteração, imposta pelos organismos de estatística nacional e comunitário, fez elevar o valor dos empréstimos dos bancos à administração pública para 5840 milhões de euros em Fevereiro. 

O financiamento às autarquias e regiões, rubrica que inclui a Segurança Social, também tem vindo a subir, mas a um ritmo gradual, tendo ficado em 6571 milhões de euros em Fevereiro.

De fora das contas do financiamento da banca ao Estado estão contudo a maioria das empresas públicas e os compromissos relativos às parcerias público-privadas.
fonte:http://www.ionline.pt/
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