30
Dez 11
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Dez 11

O que vai suceder ao seu banco

Exigências europeias prometem levar Estado a dois bancos criados após nacionalizações
O grande desafio a que o seu banco estará sujeito no próximo ano é o cumprimento das exigências de solidez definidas pela Autoridade Europeia de Supervisão e pela troika. 

O principal esforço terá de ser feito até final de Junho, altura em que as grandes instituições financeiras têm de cumprir as metas de solidez definidas a nível europeu. E numa altura em que as duas dezenas de bancos cujos fundos de pensões vão passar para o Estado têm de absorver os impactos negativos desta operação.

Não estranhe, por isso, se, nos primeiros seis meses do ano, o seu banco recorrer ao apoio estatal. Nalgumas instituições, a aparente inevitabilidade de recurso a fundos públicos resulta, sobretudo, do facto de os bancos terem sido obrigados a criar almofadas temporárias de capital devido à desvalorização da dívida pública que têm em carteira.

Também não será surpreendente que surjam novos investidores como accionistas dos bancos. Os chineses que ganharam a corrida à EDP admitem que a banca chinesa tem interesse em Portugal.




CGD 
é o banco do Estado mas deve poupar o Tesouro


A troika quer que o banco do Estado evite, ao máximo, usar fundos públicos para cumprir as exigências de solidez. Só se a venda de activos e outras medidas que a CGD adopte não forem suficientes é que o Estado pode apoiar a instituição, o que parece inevitável devido à carteira de dívida pública do banco. Mas a Caixa deve contar com uma ajuda preciosa: a venda do negócio segurador.

Se as necessidades não forem satisfeitas por meios próprios, a CGD terá o apoio do Estado.

Troika
Terceira versão do memorando




BCP poderá contar com um novo accionista?

Será alvo preferencial numa eventual investida da banca chinesa em Portugal, mais provável após Pequim ter manifestado intenção de reforçar o investimento no País no âmbito da vitória na corrida à EDP. Dificilmente evitará ter de pedir ajuda ao Estado, mas sem que este fique com acções. A Sonangol, hoje maior accionista, também deve reforçar a posição no processo de capitalização do banco.

BCP estudará outras oportunidades, incluindo a linha de recapitalização.

BCP
Comunicado de 8 de Dezembro




BES deverá testar apoio de investidor estratégico

Com a generalização da crise da dívida à Europa, a capitalização do BESpoderá pôr à prova o empenho do Crédit Agricole. O parceiro do BES terá também de reforçar capital, podendo não estar disponível para injectar dinheiro em Portugal. Certo é que, entre os grandes bancos, o BES é o menos pressionado nesta caminhada. A sua preocupação é evitar, a todo o custo, a ajuda estatal.

Aumento de capital [de 2011] vai permitir manter independência estratégica do banco.

Amílcar Morais Pires
Administrador financeiro do BES




BPI poderá assistir a reforço da posição angolana?

BPI admite recorrer ao Estado para cumprir as metas de capital, o que não deve implicar que este fique accionista - o grande esforço deve-se à dívida pública. Os accionistas serão chamados a este esforço, pelo que a Santoro pode aproveitar para elevar a posição no BPI. O grupo angolano de Isabel dos Santos já admitiu passar os 10% mas ainda não pediu autorização nesse sentido.

O BPI vai analisar todas as opções de reforço de capital, incluindo a linha de recapitalização.

BPI
Comunicado de 8 de Dezembro




Totta beneficia de ser parte do maior grupo espanhol 

Santander Totta está adiantado no processo de reforço do rácio de solvabilidade. No final de Setembro tinha um "core tier one" de 9,6%, próximo dos 10% exigidos no final de 2012. Por esta razão, mas também por fazer parte do maior grupo financeiro espanhol, a instituição não deve pedir ajuda ao Estado. A casa-mãe será sempre chamada a responder a uma eventual surpresa.

A probabilidade de apoio do Banco Santander é extremamente elevada.

Fitch
Relatório de 6 de Dezembro




Barclays é apenas uma sucursal do banco britânico

Como sucursal do Barclays britânico, a operação portuguesa não está sujeita às metas de capital definidas para os bancos de direito local. O que não significa que, num contexto de austeridade e recessão em Portugal, não tenha uma atitude mais cautelosa. Esta será a tendência natural, até por se tratar de um grupo estrangeiro que não opera em euros, a moeda da crise da dívida.

A operação portuguesa do Barclays não está sujeita às metas de capital definidas para os bancos de direito local.




Popular tem tido o apoio da casa-mãe espanhola

O Popular Portugal é controlado na totalidade pela casa-mãe espanhola, que acaba de assegurar um aumento de capital de 75 milhões de euros na instituição portuguesa. Esta operação terá garantido o cumprimento da meta de solidez deste ano. E igual atitude é de esperar em 2012, até tendo em conta que em Espanha o Popular tem estado disponível para comprar instituições mais fracas.

Foi deliberado um aumento do capital, integralmente subscrito pelo Popular Español.

Banco Popular Portugal
Comunicado de 28 de Dezembro




Montepio reforça capital já a pensar neste ano e em 2012

No final de Junho, o Montepio tinha um nível de solidez em linha com as exigências definidas para o final deste ano. Para os últimos dias deste ano, a caixa económica tinha previsto um aumento de capital de 100 milhões de euros, com o objectivo de compensar o impacto negativo das inspecções da troika no rácio deste ano e de preparar 
o cumprimento do objectivo de 2012.

Montepio aumenta capital tendo em vista a meta de "core tier one" no final de 2012.

Montepio
Comunicado de 8 de Dezembro




Crédito Agrícola já cumpre meta de capital de 2012

O Crédito Agrícola tem a maior folga no cumprimento das metas de capital definidas pela troika. No final de Setembro, o seu rácio de solvabilidade mais exigente ("core tier one") rondava 12%, acima do mínimo de 10% que as autoridades internacionais impõem a sector até ao final do próximo ano. Esta posição dá-lhe ainda margem para absorver o impacto da crise económica.

O grupo está numa situação confortável relativamente às questões essenciais.

João Costa Pinto
Presidente do Crédito Agrícola




Banif à espera de clarificação da estrutura accionista

Era para já ter acontecido há meses, mas, até à hora de fecho desta edição, os herdeiros de Horácio Roque, fundador do banco, ainda não tinham um acordo de partilhas. Este ano, o Banif SGPS deve conseguir cumprir as metas de solidez sem ajuda estatal. Em 2012, o desafio é grande, pelo que a clarificação accionista será determinante para perceber qual o futuro do grupo.

As medidas em curso vão ser suficientes para cumprir rácios de 2011 sem apoio do Estado.

Marques dos Santos
Presidente do Banif
fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/h
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29
Dez 11

«Bancos chineses podem ter interesse no BCP»

O presidente da Three Gorges Corporation disse esta quinta-feira que a empresa que lidera não tem intenção de entrar no capital do BCP, mas realçou que as instituições financeiras chinesas poderão ter interesse no banco português.

«Eu não tenho interesse, mas os bancos chineses podem ter interesse no BCP», afirmou aos jornalistas o presidente da empresa chinesa que ganhou o recente concurso de privatização da EDP, Cao Guangjing, à entrada para uma reunião no Ministério da Economia .

Já este mês circularam várias notícias dando conta de um possível investimento chinês no banco liderado por Carlos Santos Ferreira, que levaram à forte valorização das acções do banco.

Sobre o negócio relacionado com a aquisição de parte significativa da EDP, Cao Guangjing disse que o mesmo pode «trazer o dinheiro e os bancos chineses» para a EDP, considerando que isso «é muito importante».

O responsável acrescentou ainda que o encontro com os governantes portugueses servirá também para abordar «a questão do financiamento».

Cao Guangjing considerou ainda que há um «novo futuro» para a EDP e repetiu a ideia defendida recentemente à agência Lusa, segundo a qual a actual equipa executiva deve ser mantida.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

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29
Dez 11

Fundos de pensões: trabalhadores do BPI falam em «falta de transparência»

A Comissão de Trabalhadores do BPI criticou esta quinta-feira a «falta de ética e de transparência» que envolveu a transferência dos fundos de pensões da banca para o Estado e acrescentou que o negócio beneficia os bancos e não os reformados.

Num comunicado enviado à comunicação social, a CT disse que os reformados bancários foram «marginalizados» da negociação da transferência dos fundos de pensões dos bancos privados para o regime geral da Segurança Social.

A CT mostra ainda dúvidas sobre o valor de seis mil milhões que será transferido para o Estado por considerar que não se compreende a fundamentação de «como se chegou a esse número certo».

Ainda para a mesma estrutura representativa dos trabalhadores do BPI, este foi um «negócio favorável aos bancos», negando a ideia de que os bancos estão «a ser beneméritos».

Esta transferência é do interesse dos bancos já que «com o aumento do número de reformados e a desvalorização dos activos resultante da crise financeira, a rentabilidade dos fundos decresceu e o interesse dos bancos pela sua gestão e pela manutenção das responsabilidades com as pensões diminuiu», diz a CT do BPI.

Além disso, acrescenta, «os pressupostos fixados para o cálculo das responsabilidades são altamente favoráveis às entidades patronais bancárias», sobretudo quanto às tábuas de mortalidade consideradas, com menor esperança de vida perspectivada do que a que deverá ser registada. 

Os mesmos trabalhadores do BPI afirmam que os bancos «vão beneficiar com os fins destinados aos valores a transferir para o Estado, nomeadamente para pagamento de dívidas a si próprios, e com mais isenções de impostos durante um período de 15 anos», de acordo com os créditos fiscais que constam do decreto-lei.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/f

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28
Dez 11
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Dez 11

Multibanco: compras e levantamentos caíram este Natal

O montante dos levantamentos em multibanco no mês que antecedeu o dia de Natal diminuiu 1,3 por cento este ano, em relação a 2010, e o pagamento de compras com cartão baixou 6,6%. Ou seja, a utilização do cartão de multibanco caiu 7,9% nesta quadra festiva, divulgou esta quarta-feira a SIBS.

No período compreendido entre o dia 28 de Novembro e o dia 25 de Dezembro de 2011 foram efectuados, nas caixas automáticas da rede Multibanco, 32,7 milhões de levantamentos, no valor de 2.256 milhões de euros, correspondendo a uma quebra 1,3% face ao período homólogo anterior.

No mesmo período foram efectuadas, nos terminais de pagamento automático da mesma rede, 66,7 milhões de compras, um valor 1,7% mais baixo do que aquele que foi verificado em 2010. Já o montante total de compras com cartão foi de 2.759 milhões de euros, representando este valor uma quebra de 6,6% em relação a 2010.

O valor médio levantado por dia foi de 69 euros e, em compras, o valor médio dos pagamentos em lojas foi de 41 euros.

Estes dados revelam que, em altura de crise, e mesmo em época festiva, os portugueses estão, de facto, a apertar os cordões à bolsa.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

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27
Dez 11

Desconfiança leva bancos a depositar valor recorde no BCE

Bancos da zona euro depositaram hoje quase 412 milhões de euros no BCE.

Os bancos da zona euro depositaram hoje BCE 411.813 milhões de euros, um valor que constitui um novo máximo histórico e que reflecte a desconfiança existente entre as instituições financeiras.

Pese embora a injecção de liquidez levada acabo pelo BCE, a três anos, à taxa fixa de um por cento realizada na semana passada, os bancos bateram hoje um recorde histórico no valor depositado no banco emissor, segundo a Bloomberg.

O montante hoje depositado é superior aos 346.994 milhões de euros observado na sexta-feira da semana passada, tendo-se fixado 7% acima do anterior recorde no valor de 384.260 milhões de euros depositados no BCE a 11 de Junho de 2010.

A facilidade de depósitos do BCE remunera o dinheiro depositado diariamente pelos bancos da zona euro (taxa 'overtnight') a 0,25%, uma rentabilidade inferior à taxa de referência da autoridade central europeia (REFI) que está um por cento.

Os bancos continuam assim a demonstrar relutância para emprestarem entre si, optando pela maior segurança dos depósitos junto do BCE em detrimento de procurarem uma maior rentabilidade, apesar do banco central ter realizado na semana passada uma das maiores operações de cedência de liquidez com um prazo mais alargado, com a intenção de dar maior liquidez à economia.

Os problemas de liquidez têm sido uma constante na crise da zona euro e a necessidade de restabelecer a confiança entre as instituições financeiras é fundamental para se ultrapassar a situação de falta de fundos disponíveis para serem canalizados para a economia, de acordo com analistas citados pela Bloomberg.

fonte:http://economico.sapo.pt/

 

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Banca fecha torneira no crédito para o dia-a-dia das empresas

Banco de Portugal diz não ter ainda detectado uma asfixia nos empréstimos às empresas. No entanto, as associações empresariais e muitas PME (pequenas e médias empresas) queixam-se do fechar da torneira da banca e já nem falam nos créditos para investimentos. As empresas sentem, mesmo, é problemas nas linhas que permitem gerir a tesouraria. 

O cenário é conhecido. A actividade económica está a abrandar. Há dificuldades no recebimento de pagamentos por parte dos clientes. Os bens e serviços estão a aumentar. E há mais impostos para pagar. Em cima disto, as PME queixam-se de não estarem a conseguir da banca dinheiro para fazerem a gestão do dia-a-dia. Miguel Coelho, secretário geral da Associação Empresarial de Águeda (AEA), diz mesmo ao Negócios que "o dinheiro não está a circular". "Já nem falo de se estar a pagar cara à banca, mas falo do acesso ao crédito", acrescenta.

Muitas empresas, contactadas pelo Negócios, falam em cortes, para metade, ou encerramento de contas caucionadas (que estabelecem limites de crédito que podem ser levantados em qualquer altura, para cobrir fundos de maneio). Isto acontece depois de em 2009 terem começado a subir as taxas de juro associadas a estas contas, movimento que se manteve. Miguel Coelho diz ter conhecimento de empresas a pagar "spreads" (taxas de juro) de 15%. Num inquérito divulgado recentemente pela AIP (Associação Industrial Portuguesa) 46% das empresas que responderam ao questionário revelaram pagar taxas de juro entre 5% e os 7,5%. Mas 12% pagam juros superiores a 7,5%. Este inquérito à actividade empresarial, realizado pela AIP, foi feito a 1061 empresas.

Também neste inquérito, noticiado pelo Negócios, as empresas assumiram as restrições ao crédito. Cerca de metade dos inquiridos admite dificuldades no acesso ao crédito. 

Além do encerramento ou corte nos "plafonds" das contas corrente caucionadas, a AEA denuncia, também, a não aceitação por parte dos bancos das moratórias para os pagamentos de créditos associados às linhas PME Investe. O Governo anunciou este ano o adiamento por 12 meses do pagamento desses créditos, o que significa que para já as empresas só estariam a pagar juros, como refere o secretário de Estado da Competitividade (ver texto ao lado).

Os bancos "não emprestam às empresas", reforça Miguel Coelho, acrescentando: "se secarmos a economia e não houver dinheiro a circular isto pára. E estamos muito próximos de atingir esse ponto". 

Em 2012, as empresas temem que esta situação se agrave. Paulo Moniz, presidente da ACIST (Associação Empresarial de Comunicações de Portugal ), também falou, recentemente, ao Negócios desta situação, lembrando que 80% dos seus associados são PME. "Se há sector que precisa da banca são as PME" e sem este sector "não há qualquer alternativa para conseguirem sobreviver". Muitas estão, por isso, a fechar portas, revela Paulo Moniz que fala de uma situação de agonia para as empresas. 

Estes responsáveis associativos já não falam de crédito para investimentos, mas para aguentar o dia-a-dia das empresas, enquanto esperam pelos pagamentos dos seus clientes ou pela devolução do IVA. 

Apesar do Banco de Portugal afastar a existência de um fecho completo da torneira, certo é que as restrições começam no financiamento da própria banca. "As restrições no acesso a financiamento [da banca] podem constituir um elemento importante de restrição na oferta de crédito, contribuindo para uma desalavancagem do sector financeiro, mas condicionando também o acesso a crédito por parte das empresas e dos particulares, com consequências para a evolução da economia europeia", conclui o Banco de Portugal.
fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/i
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27
Dez 11

Crédito bancário já supera em 190% o PIB

O financiamento à economia continua a ser concentrado em apenas cinco bancos.

O crédito concedido pela banca à economia, no final do primeiro semestre, totalizou 330 mil milhões de euros, o equivalente a 191% do produto interno bruto (PIB). Isto significa que por cada euro de riqueza criado em Portugal, a banca concedeu 1,91 euros em crédito.

Segundo dados do último boletim estatístico da Associação Portuguesa de Bancos (APB), o financiamento à economia nacional no mesmo período registou uma ligeira correcção de apenas 1% face ao mesmo período de 2010. Destaque para o forte papel dos cinco maiores bancos nacionais (Caixa, BCP, BES, Banco BPI e Santander Totta) ao longo do primeiro semestre do ano, que foram responsáveis por mais de 80% dos empréstimos concedidos aos agentes económicos. A verdade é que a concentração do sector em apenas cinco ‘players' não é um caso único da concessão do crédito. É antes uma característica do sector financeiro português desde há muito: de acordo com os dados recolhidos pelo Diário Económico, a Caixa, BCP, BES, Banco BPI e Santander continuam a ser responsáveis por mais de 80% do crédito concedido à economia, por 81% do produto bancário do sector e por 82% dos recursos captados de clientes.

No capítulo dos lucros, os cinco maiores bancos são responsáveis por 97% dos lucros do sector. Isto apesar de os "cinco gigantes" terem registado, entre Janeiro e Junho, uma correcção homóloga média de 45,7% dos seus lucros. 

fonte:http://economico.sapo.pt/

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26
Dez 11
26
Dez 11

Os bancos que mais subiram as comissões desde o início da crise

Desde 2010 que as instituições financeiras têm vindo a aumentar as comissões dos serviços associados às contas à ordem.

Abrir uma conta à ordem é um passo corriqueiro. Por isso não será de estranhar que, no final de 2010, existissem em Portugal mais de 25 milhões de contas com essas características. Isto equivale a um rácio de 2,5 contas por cada português. Contudo, a utilização de uma simples conta à ordem tem encargos associados. Custos que podem diferir bastante consoante a instituição e que sofreram um agravamento considerável desde que a crise da dívida soberana europeia despoletou no início de 2010. O Diário Económico analisou quanto estão a cobrar os dez maiores bancos e, segundo as nossas contas, os encargos com as comissões habitualmente associadas às contas à ordem subiram perto de 17% desde o início de 2010. Nessa altura, ter uma conta à ordem, fazer uma requisição de 20 cheques ao balcão, e 15 transferências interbancárias, também ao balcão, custava em média 114,6 euros, por ano. Hoje, o mesmo cabaz de operações custa 133,7 euros.

As razões para este agravamento de custos são fáceis de explicar. Perante o agravamento da crise, as instituições financeiras foram obrigadas a encontrar fontes alternativas para captar receitas e contrariar os resultados menos positivos de outras áreas de actividade. Uma das vias foi precisamente através do agravamento das comissões dos serviços prestados pelos bancos.

Para este trabalho foram comparados os preçários actuais com os que vigoravam em Fevereiro de 2010 nos dez maiores bancos a operar em território nacional. Designadamente: CGD, BCP, BES, Santander, BPI, Barclays, Montepio, Banif, Crédito Agrícola e Popular. Deste leque de instituições, o Montepio foi o que mais agravou o custo, ao balcão, do conjunto de três comissões analisadas. Desde o início de 2010, este banco aumentou em cerca de 61% o valor total das três comissões. Estas passaram de 72,5 euros para os 116,58 euros. A CGD e o Banif ocupam, respectivamente, o segundo e terceiro posto entre os bancos que mais encareceram nos últimos dois anos este tipo de serviços. O custo com essas operações subiu 41% e 25%, respectivamente, na CGD e no Banif. Já o Crédito Agrícola, o BPI e o Barclays estão entre as instituições que menos subiram o valor das suas comissões.

Contudo, existem algumas ressalvas importantes de fazer. No caso concreto do Montepio, apesar de se tratar da instituição que mais encareceu as comissões, ainda é uma das que menos cobra por esse conjunto de serviços. No lado oposto está o Barclays que, mesmo não sendo um dos bancos que mais agravou as comissões, é dos bancos que apresenta o preçário mais caro.

Analisando por tipos de comissões é possível constatar que foi nos custos de requisição de cheques que se registaram os maiores agravamentos. Contas feitas, o pedido de 20 cheques ao balcão representava, em Fevereiro de 2010, um encargo médio de 12,2 euros. Agora, esse valor médio subiu para 15,9 euros. O que representa uma subida de mais de 30%. Contudo, em termos de montantes, foi nas comissões de gestão de conta que se verificaram os maiores acréscimos. Desde Fevereiro de 2010, estas subiram em média 8,3 euros. Por sua vez, fazer 15 transferências interbancárias pontuais passou a custar agora mais 7,1 euros.

Contudo, é necessário ter em conta que, apesar dos valores publicados nos preçários, na realidade os encargos com comissões podem ser consideravelmente mais baixos. Isto acontece sobretudo no caso das comissões de manutenção de conta. Estas, normalmente, são isentas no caso de se tratarem de contas ordenado, para jovens ou com saldos médios mais elevados. O recurso à internet para efectuar algumas das operações ainda pode fazer baixar mais a factura. Por exemplo, quatro das dez instituições consideradas isentam o pagamento de comissão nas transferências interbancárias realizadas através da "rede".

Cenário base
Foram analisadas três comissões associadas a serviços de contas à ordem. Foi tido em conta o caso de um cliente que tem uma conta à ordem com um saldo médio de 1.000 euros, que faz 15 transferências interbancárias pontuais por ano e requisita um livro de 20 cheques. Foram analisadas as comissões cobradas ao balcão. No caso dos cheques, na impossibilidade de ter o número exacto de cheques (20), optou-se pela solução mais próxima (exemplo: livro de 22 ou 25 cheques). Foram comparados os valores dos preçários actuais e os que vigoravam em Fevereiro de 2010. A única excepção foi o Montepio em que, pelo facto de não dispormos do preçário de Fevereiro de 2010, utilizamos o de Janeiro de 2010.

 

Quanto cobram os bancos em comissões

 

CGD
A CGD figura entre os bancos que mais subiram os custos anuais com as três comissões analisadas.A manutenção de conta, a requisição de 22 cheques ao balcão e 15 transferências interbancárias custam, por ano, 135,17 euros, o que representa um acréscimo de mais de 40% face aos valores praticados no início de 2010.

BCP
Apesar de ser um dos bancos que mais cobra pelas três comissões, o BCP está entre as instituições que menos as agravou desde o início de 2010. Os custos de gestão de conta, a requisição de 20 cheques ao balcão e a realização de 15 transferências interbancárias pontuais por ano somam 145,29 euros: mais 8% face ao que se passava no início de 2010.

BES
Desde Fevereiro de 2010, o BES agravou em perto de 15% as comissões analisadas. A manutenção de conta, a requisição de 20 cheques ao balcão e a realização de 15 transferências interbancárias têm um custo anual de 147,6 euros, o que compara com 128,5 euros de há cerca de dois anos.

Santander
Apesar de ser um dos bancos que menos subiu as comissões, é a instituição que mais cobra por esses serviços. Por ano, a manutenção de conta, a requisição de 20 cheques ao balcão e 15 transferências interbancárias custam 161,4 euros. Ou seja, mais 9,5% face aos 147,35 euros que cobrava em Fevereiro de 2010. É o que cobra mais tanto pelas transferências interbancárias como pela requisição de cheques.

BPI
O BPI é, simultaneamente, o banco que menos cobra em comissões e um dos que menos agravou o custo deste tipo de serviços desde Fevereiro de 2010. Os encargos com a manutenção de conta, a requisição de 20 cheques e a realização de 15 transferências interbancárias subiram nesse período perto de 5%, dos 94,13 euros para os actuais 98,63 euros.

Barclays
Apesar de ser um dos bancos que menos aumentou as comissões analisadas, o Barclays mantém-se como uma das instituições que mais as oneram. A gestão de conta, a requisição de 25 cheques ao balcão e a realização de 15 transferências interbancárias, têm um custo anual próximo de 148 euros. Em Fevereiro de 2010, o custo era de 137,26 euros. É também o banco que mais cobra pela manutenção de conta: 80 euros por ano.

Montepio
O Montepio foi a instituição que, desde o início da crise, mais subiu as suas comissões: 61%. A manutenção de conta, a requisição de 20 cheques ao balcão e a realização de 15 transferências interbancárias custam 116,58 euros. Há dois anos, as mesmas operações custavam 72,5 euros. Apesar desse agravamento, o Montepio continua a ser uma das instituições que menos cobra por estas três comissões.

Banif
Trata-se de um dos bancos que mais subiu as comissões. A manutenção de conta, a requisição de 20 cheques ao balcão e a realização de 15 transferências interbancárias subiram 25%, dos 111 euros que se verificava no início de 2010 para os 139 euros actuais. Esta subida deveu-se sobretudo ao incremento dos custos de manutenção de conta já que estes duplicaram de 25 para 50 euros, por ano.

Crédito Agrícola
Foi a instituição que menos subiu as comissões desde o início de 2010. A única comissão a sofrer um incremento foi a de requisição de cheques, que subiu um euro. Desta forma, a manutenção de conta, a requisição de 20 cheques ao balcão e a realização de 15 transferências interbancárias custa agora 119 euros por ano, quando em Fevereiro de 2010 custavam 118 euros. A instituição mantém-se também entre as que menos cobram por estes três serviços.

Popular
O Popular cobra, por ano, 127 euros pela manutenção de conta, requisição de 20 cheques ao balcão e pela realização de 15 transferências interbancárias. Ou seja, mais 18% face a Fevereiro de 2010. Nessa altura, o banco cobrava 107,5 euros na prestação dos mesmos serviços. Essa subida de custos deve-se apenas à alteração numa comissão: a aplicada nas transferências interbancárias. O custo de cada operação desta natureza subiu de 1,7 euros para 3 euros.

fonte:http://economico.sapo.pt/

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21
Dez 11

Fundo de pensões: bancos perdem «milhões de euros»

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) disse esta quarta-feira que a transferência dos fundos de pensões para o Estado vai obrigar a registar perdas este ano de «centenas de milhões de euros».

António de Sousa, que esteve no Ministério das Finanças, em Lisboa, para a assinatura do acordo tripartido entre Governo, bancos e sindicatos para a transferência dos fundos de pensões da banca privada para o regime geral da Segurança Social, afirmou que os bancos deverão registar prejuízos nos próximos anos, mesmo que o contributo da actividade internacional seja positivo.

Segundo o responsável, a transferência dos fundos de pensões não acontece no melhor momento porque vai levar os bancos a «registar prejuízos substanciais» já este ano, que seriam diluídos ao longo de vários.

Sobre o valor desses prejuízos, António de Sousa disse que devem ascender a «centenas de milhões de euros» e que cada instituição terá de fazer os cálculos até 31 de Dezembro.
O presidente da APB disse ainda que os bancos só aceitaram fazer a transferência destes fundos neste momento para «ajudar o país» a cumprir a meta do défice orçamental, já que a operação terá impacto «quer nos resultados quer nos capitais próprios da banca».

Questionado sobre as amortizações fiscais que os bancos poderão fazer em resultado das perdas que terão de reconhecer na sequência da transferência dos fundos de pensões, António de Sousa disse que, provavelmente, tal não vai acontecer porque «os bancos vão ter prejuízos nos próximos anos».

O presidente da APB adiantou que mesmo a actividade internacional não será suficiente para evitar a deterioração dos resultados globais provocada pela actividade doméstica.

Já sobre a alteração na especialidade da lei de recapitalização da banca, que enquadra o recurso dos bancos privados aos 12 mil milhões de euros acordados com a troika, António de Sousa mostrando-se satisfeito com o alargamento de três para cinco anos do prazo a partir do qual o Estado pode exercer os direitos de voto.

«A solução de cinco anos parece-me melhor, foi mesmo a proposta da APB. Esperamos agora pela versão final da lei», que será votada quinta-feira no Parlamento.

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

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21
Dez 11

Pensionistas da banca custam 500 milhões/ano

O Estado vai despender cerca de 500 milhões de euros por ano com os 27 mil pensionistas da banca dos 17 fundos de pensões dos bancos privados que serão transferidos para o Estado, segundo os sindicatos do sector.

Os sindicatos representativos dos bancários, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) e o Governo assinaram esta, em Lisboa, o acordo tripartido sobre a transferência dos fundos de pensões dos bancos para o regime geral da Segurança Social.

No final, o presidente do Sindicato dos Bancário Sul e Ilhas, o mais representativo dos bancários, afirmou que o acordo permitiu «salvaguardar todos os direitos dos trabalhadores abrangidos por este protocolo, nomeadamente o recebimento dos 14 meses anuais», ainda que o Orçamento do Estado para o próximo ano - ainda por promulgar pelo Presidente da República - suspenda o pagamento total ou parcial dos subsídios de férias e Natal aos funcionários da Administração Pública e aos pensionistas com vencimentos ou pensões acima de 600 euros.

No entanto, o sindicalista disse que as estruturas de que é dirigente (o SBSI e a Febase - Federação do Sector Financeiro) se vão bater pelo pagamento pelo Estado de 14 prestações também aos reformados da Caixa Geral de Depósitos e do ex-BNU, cujos fundos de pensões foram transferidos em 2004 e 1997.

«O acordo que hoje subscrevemos terá de servir de base a uma discussão sobre esses reformados. Os fundos de pensões da CGD e do ex-BNU estavam provisionados para 14 meses, assim entendemos que é de toda a justiça que haja a garantia dos 14 meses no futuro a esses trabalhadores», afirmou Rui Riso.

Ainda a propósito da transferência dos fundos de pensões da banca - com que os cofres públicos encaixam no imediato cerca de seis mil milhões de euros e permite o cumprimento do défice orçamental para este ano - Rui Riso disse que no futuro o Estado terá de desembolsar cerca de 500 milhões de euros por ano para pagar as pensões dos 27 mil pensionistas de 17 fundos de pensões de bancos que são integrados no regime geral da Segurança Social.

O secretário de Estado da Administração Pública, que representou o Governo na assinatura do acordo tripartido, disse que a «assinatura do acordo é a demonstração de que foi possível acordar pressupostos e condições justas que asseguram o equilíbrio financeiro da operação, garantindo que é defendido o interesse público - dos contribuintes - e não são lesadas patrimonialmente as instituições de crédito, do mesmo modo que ficam salvaguardados os legítimos interesses dos beneficiários dos fundos de pensões dos bancos».

Questionado sobre a possibilidade de também os trabalhadores da CGD ou da Portugal Telecom (cujos fundos já foram passados anteriormente para o Estado) também virem a receber 14 prestações anuais, Hélder Rosalino preferiu não comentar.

Já o presidente da APB, António de Sousa, disse que a transferência dos fundos de pensões não acontece no melhor momento porque vai levar os bancos a «registar prejuízos substanciais» na ordem de «centenas de milhões de euros» já este ano, acrescentando que os bancos só aceitaram fazer a transferência neste momento para «ajudar o país».

fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/

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