O BCP registou em 2013 prejuízos de 740,5 milhões de euros, um resultado que saiu pior do que o esperado pelo mercado.
O BCP fechou o ano de 2013 com um resultado líquido negativo de 740,5 milhões de euros, um resultado que saiu pior do que os prejuízos de 730 milhões de euros estimados pelos analistas da poll da Reuters. Ainda assim, o resultado do ano passado representa uma melhoria face ao mais de 1,2 mil milhões de prejuízos registados em 2012.
A penalizar as contas do banco liderado por Nuno Amado estiveram os juros pagos com os CoCos (capital contingente), que representaram encargos em termos brutos de 269 milhões de euros, e os custos com a reestruturação da actividade em Portugal (relacionados com o programa de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo), que ascenderam a mais de 120 milhões de euros. Neste ponto, o BCP diz que conseguiu reduzir em mais de 15% os custos operacionais em Portugal para os 733 milhões de euros - face à redução dos custos em quase 2% lá fora para os 442,4 milhões de euros.
Para o primeiro semestre deste ano, o banco acordou com os sindicatos no final de 2013 a implementação do plano de reestruturação para a redução temporária dos salários e redução da estrutura em território nacional para cumprir as exigências da DG Com.
Para o resultado líquido final, o BCP sublinha o contributo das operações internacionais (excluindo Grécia e Roménia) para o resultado líquido consolidado de 178 milhões de euros, uma subida de 6,5% face a 2012.
Em termos operacionais, a margem financeira registou uma quebra dos 998 milhões em 2012 para os 848,1 milhões no ano passado, devido ao aumento dos custos com a ajuda do Estado.
Do lado positivo, o banco destaca a desaceleração das imparidades do crédito para os 820,8 milhões de euros (contra os 969 milhões em 2012), reflectindo "efeito da prossecução do enfoque na monitorização dos mecanismos de controlo e gestão do risco", apesar da conjuntura económica continuar desfavorável.
Em 2013, o banco viu os depósitos dos clientes aumentarem 5,2% para os 48,59 mil milhões, num ano em que voltou a reduzir a concessão de crédito (caiu 4,7% em Portugal e 2,9% na actividade internacional).
Destacar ainda o rácio core tier I de 10,8% de acordo com critério EBA (12,8% ajustado do buffer para os valores de 31 Dezembro de 2013), o que deixa o BCP em boa posição para cumprir os testes de stress previstos para arrancarem em Maio.
As acções do BCP fecharam hoje a cair 2,59% para os 0,1617 euros, acumulando uma desvalorização de 2,8% desde o início do ano.
"O abrandamento do do crédito malparado, que caiu 53% em termos anuais, é uma excelente notícia para o BCP. No lado do crédito, a redução do peso do imobiliário e da construção, que ascende agora a 12%, é outra notícia positiva", referiu Steven Santos, da XTB Portugal. "A interpretação pelos investidores dos resultados do BCP e do Banif, a ser publicados hoje, vão ser fundamentais para a direcção do PSI-20 nas próximas sessões, uma vez que a banca tem um peso superior a 15% no índice", acrescentou.
fonte:http://economico.sapo.pt/