Burlas na banca online crescem 15 a 20% por ano

O fenómeno de "phishing", acesso a dados de terceiros através da utilização ilícita da banca online, está a crescer, desde 2011, 15 a 20% por ano em Portugal.

Em 2012 registaram-se cerca de 800 casos só na zona de Lisboa, num total de 1.300 em todo o país, adiantou fonte da PJ, em conferência de imprensa sobre a detenção de sete pessoas suspeitas de pertencerem a um grupo organizado que se terá apoderado de mais de 150 mil euros através deste esquema fraudulento.

"É uma realidade criminal que preocupa as autoridades portuguesas, as próprias entidades bancárias, e que conhecemos desde 2007. Entre 2009 e 2011 teve um grande aumento, e desde então tem vindo a crescer 15 a 20%, anualmente", explicou o coordenador da secção de investigação da criminalidade informática da PJ, Carlos Cabreiro.

O responsável acrescentou que em 2012 houve 1.300 casos de "phishing" a nível nacional, cerca de 800 dos quais em Lisboa.

Questionado pela agência Lusa sobre se a PJ tem os meios necessários para fazer face a este aumento de criminalidade, o responsável reconheceu que não é fácil responder.

"Pergunta de difícil resposta. Todas as polícias gostavam de ter mais meios, mas temos atuado com grande firmeza no desmantelamento de redes criminosas desta natureza", frisou.

Sobre a operação "sete mares", que permitiu a detenção, na quinta-feira, de seis homens e de uma mulher, com idades entre os 21 e os 30 anos, Carlos Cabreiro disse que os mesmos terão lesado 30 a 40 pessoas, havendo a possibilidade de este número aumentar, assim como as detenções, uma vez que a investigação vai continuar.

Num dos exemplos dados, os detidos, de várias nacionalidades e sem profissão, terão conseguido retirar 30 mil euros da conta de uma das vítimas.

O coordenador da PJ acrescentou que o grupo utilizava vários métodos, nomeadamente o envio de emails falsos aos lesados a solicitar os seus dados pessoais, ou a alteração dos códigos de acesso ao serviço bancário online, bem como ofertas de emprego fictícias.

Depois de acederem às contas bancárias, os suspeitos transferiam o dinheiro para contas bancárias de outros arguidos, procedendo depois ao seu levantamento.

Segundo Carlos Cabreiro, alguns dos depósitos eram encaminhados para o Brasil, onde estão a decorrer diligências para identificar e deter a "vertente brasileira" da atividade criminosa.

A atuação policial envolveu 70 investigadores e 15 buscas domiciliárias. Desenrolou-se na zona da Grande Lisboa durante cerca de oito meses e permitiu a apreensão de diverso material informático e tecnológico adquirido pelo grupo para a sustentação da sua atividade, bem como um conjunto vasto de documentação comprovativa da prática dos delitos.

Em articulação com o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, e com a colaboração das autoridades policiais brasileiras, foi possível identificar e determinar o papel dos líderes, dos angariadores e das chamadas "Money Mules", que faziam parte do esquema fraudulento.

Os detidos estão indiciados pela prática dos crimes de burla informática, acesso ilegítimo, branqueamento de capitais e associação criminosa. Vão ser hoje presentes ao juiz instrução criminal para primeiro interrogatório judicial e aplicação de eventuais medidas de coação.

fonte:http://economico.sapo.pt/

publicado por adm às 22:37 | comentar | favorito