Banca dobra juros nos depósitos
A banca duplicou os juros pagos pelos depósitos em termos homólogos, numa medida destinada a compensar o acesso mais difícil ao financiamento.
A economia está a receber menos dinheiro, com a banca a desalavancar junto do BCE ao mesmo tempo que a crise da dívida soberana ameaça a Itália, um colosso do G8. A completar este cenário, os números dramáticos da derrapagem orçamental na Grécia levaram as Bolsas de Valores da periferia a um "sell-off", com quedas para o nível de há 15 meses.
A fuga ao risco tem sido a estratégia adoptada por aforradores e investidores. Em Portugal, os depósitos a prazo estão a cativar os aforradores e os dados do BdP referentes a Maio, anteriores a toda esta turbulência indicavam remunerações médias de 3,54% nos depósitos, contra 1,26% há um ano. Em Junho, as ofertas pelo dinheiro subiram, mesmo depois de o BdP passar a exigir ser informado sempre que o juro vá 3% acima do nível do indexante. Espanha está a contrariar esta "guerra" pelos depósitos com a obrigação de maiores contribuições para o Fundo de Garantia dos Depósitos.
Na economia nacional, as notícias não são boas. Os bancos estão obrigados a desalavancar e, por isso, estão a recorrer menos ao BCE, o único organismo onde é possível ir buscar fundos (para além dos depósitos). O BdP revelou que a exposição ao BCE da banca portuguesa caiu, em Junho, para 43,88 mil milhões de euros, menos 7% do que em Maio. Isto significa menos liquidez na economia.
As Bolsas de Valores da periferia, incluindo a portuguesa, sofreram um ontem "crash" violento. Em Lisboa, as perdas atingiram os 7%, sobretudo na banca, devido ao efeito Itália e Grécia.
fonte:http://www.oje.pt/