Lucros do Totta sobem com mais margem e menos provisões
O banco apresentou um resultado de 80,2 milhões de euros no primeiro semestre.
O Santander Totta registou, nos primeiros seis meses de 2014, um lucro de 80,2 milhões de euros, resultado que compara com os 30,9 milhões de igual período do ano passado. A justificar esta subida nos lucros esteve, nomeadamente, a subida de 6,5% da margem financeira e a redução das imparidades e provisões líquidas em 21,9%.
O banco liderado por António Vieira Monteiro registou ainda uma mais-valia de 65,7 milhões de euros com a venda de dívida pública. Este resultado extraordinário, contabilizado no primeiro trimestre, fez subir os resultados de operações financeiras dos 11,4 milhões de Junho de 2013 para os 79,3 milhões de Junho deste ano. No entanto, a equipa de gestão explicou ontem que estes ganhos "foram totalmente anulados pela constituições de provisões de natureza voluntária e por uma amortização extraordinária de ‘software'". Ainda nas receitas, e ao contrário do que aconteceu na margem financeira e resultados de ‘trading', o banco apresentou uma queda de 21,6% nas comissões.
Nos principais indicadores de balanço, o Totta contabiliza uma descida de 3,7% nos depósitos e, no crédito, uma queda de 3,4%. Dentro dos empréstimos, é no crédito à habitação que há um maior decréscimo de 3,4%.
Totta garante estar bem sozinho
António Vieira Monteiro sublinhou ontem o facto de o banco nunca ter apresentado prejuízos durante a crise e de ter sempre "uma situação rentável", ao mesmo tempo que garantiu que o grupo está satisfeito com a posição no mercado português.
Questionado sobre um eventual interesse em participar num eventual reforço de capital do BES, respondeu dizendo: "somos obrigados a olhar para todas as oportunidades que nos surgem mas estamos muito contentes com a operação em Portugal". O responsável assegurou ainda que "o banco não contactou o Banco de Portugal nem foi contactado" no sentido de avaliar uma eventual entrada no BES.
Sobre a eventual existência de exposição do Santander Totta ao Grupo Espírito Santo (GES), Vieira Monteiro garantiu não existir qualquer crédito concedido às empresas que pediram protecção contra credores - Rioforte, ESI e ESFG. Existe apenas, explicou, algum crédito "relativamente pequeno" a empresas operacionais do grupo.
Sobre o caso GES/BES, o CEO do Totta foi parco em comentários, referindo apenas que "surpreendidos estamos todos nós" e, a propósito dos prejuízos ontem apresentados pelo BES assumiu tratar-se de "algo de inédito".
fonte:http://economico.sapo.pt/n